Depois de novos aumentos sobre combustíveis, que o governo chama de
reajuste natural, vem mais um aumento da conta de luz para todo o
Brasil, válido já à partir deste segunda 02/03/2015.
Em média, a conta ficará 23 a 35% mais cara, dependendo da região.
As contas de luz no Brasil vão aumentar, em média, 23,4% a partir da
próxima segunda-feira (2), quando começa a vigorar a revisão
extraordinária aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) nesta sexta-feira (27).
Para os consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, a alta vai ser de
28,7%, na média, 4,5 vezes maior que a aplicada para aqueles que vivem
em estados do Norte e Nordeste, que será de 5,5%, também na média.
Essa diferença ocorre porque os consumidores das três primeiras
regiões terão mais custos para cobrir com essa revisão extraordinária.
Um exemplo é a energia gerada pela hidrelétrica de Itaipu, que atende a
todo o país e foi reajustada em quase 50% em 2015, mas que é repassada
apenas às contas de luz de moradores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Ao todo, a Aneel autorizou o reajuste das tarifas de 58 das 63
distribuidoras de energia do país. Os cerca de 1,2 milhão de
consumidores da AES Sul, que atende em 118 cidades do Rio Grande do Sul,
terão o maior reajuste, de 39,5%.
Entre as maiores distribuidoras, os mais altos serão da Copel
(36,4%), que atende a clientes no Paraná, da Eletropaulo (31,9%), que
atua em São Paulo, e da Cemig (28,8%), que atende a consumidores de
Minas Gerais. Veja, abaixo, lista das distribuidoras e respectivo
reajuste.
Clientes de quatro distribuidoras não serão atingidos pelo reajuste
extra das contas de luz. Os da CEA, do Amapá, porque a empresa não pediu
à Aneel a revisão extraordinária. Já os da Amazonas Energia (AM), Boa
Vista e CERR (RR), estão livres porque vivem em regiões que não são
atendidas pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), rede de linhas de
transmissão que liga o país, e por isso não participam do rateio de
contas do setor.
Aumento extra
As revisões extraordinárias aprovado nesta sexta são um aumento extra
nas contas de luz, aplicado quando há risco de desequilíbrio nas contas
das distribuidoras. Portanto, os consumidores podem esperar por nova
alta em suas tarifas ao longo de 2015, pois a Aneel ainda vai autorizar o
reajuste ordinário, aquele que já ocorre uma vez por ano.
Das 63 distribuidoras, 6 já passaram, em fevereiro, pelo reajuste
ordinário. A Ampla, que atende cidades do interior do Rio de Janeiro,
vai ter os reajustes ordinário e extraordinário aprovados juntos ainda
no mês de março, por isso não consta da lista divulgada pela Aneel nesta
sexta.
A revisão aprovada nesta sexta vai permitir que as distribuidoras
arrecadem, de imediato, recursos para cobrir custos com a compra de
energia de Itaipu, novos contratos de suprimento de eletricidade
firmados em leilões recentes, além de ações do governo financiadas pela
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
Pela regra, as distribuidoras deveriam bancar essas contas para, depois,
serem ressarcidas no reajuste anual, mas elas alegam não ter recursos.
Ou seja, essas despesas bilionárias já seriam repassadas aos
consumidores mas, com a revisão extraordinária, isso ocorre antes.
Mais cedo nesta sexta, a Aneel aprovou a previsão de orçamento da CDE
para 2015. E determinou que os consumidores paguem, via contas de luz,
R$ 22,06 bilhões para o fundo. O dinheiro vai financiar, entre outras
ações, o programa Luz para Todos, o subsídio à tarifa de famílias de
baixa renda, combustível para usinas termelétricas do Norte do país e o
pagamento de indenizações a empresas. Consumidores do Sul, Sudeste e
Centro-Oeste vão pagar 80% desse valor. Aos consumidores do Norte e
Nordeste, será repassado 20% do total. A arrecadação dos R$ 22,06
bilhões será feita ao longo de 2015. (G1 - vídeo)