Nos anos 80, o General norte americano Paul Gorman, comandante de tropas americanas sediadas no Panamá, declarou: "O povo norte-americano deve compreender que nossa segurança e a de nossos filhos está ameaçada pelos cartéis latinos da droga que tem mais êxito subversivo nos EUA do que tudo o que vem de Moscou (...) Para empreender uma ação armada com qualquer fim, o lugar propício para encontrar dinheiro e fuzis é o mundo das drogas."
Em 1985, um grupo de investigadores da Intellience Review, publicou um livro intitulado NARCOTRÁFICO S.A. - A NOVA GUERRA DO ÓPIO", onde lemos a afirmação: “Os herdeiros da velha Companhia Britânica das Ìndias Orientais – a mesma monarquia britânica e algumas das mesmas casas bancárias – iniciaram a nova Guerra do Ópio, exatamente com o mesmo objetivo da primeira vez: saquear as nações, destruí-las e sobretudo manter o poder do império”.
Em Outubro de 1979, segundo a obra citada, o Presidente Jimmy Carter, um homem da Comissão Trilateral, designou Paul Volcker, por apadrinhamento de David Rockfeller, para chefiar a Reserva Federal. Iniciava-se a manobra para “transformar a AL numa grande colonia produtora de drogas”. A rede bancária norte americana recebeu sinal verde para lavar dinheiro do narcotráfico.
Foi quando o consórcio anglo americano, elevou os preços do petróleo e fabricou uma crise, legalizando a usura e impondo juros de até 20%. “Os países em desenvolvimento, particularmente na AL, caíram nas manobras dos narcobanqueiros. Ao mesmo tempo, as dívidas nacionais duplicaram e triplicaram e o FMI acelerou o processo de recolonização”.
Culturalmente começava a ser imposta uma velha política segundo a qual a sociedade estaria dividida em dois estamentos: as grandes massas ignorantes e a elite, uma classe especial de homens responsáveis por decidir tudo quanto fosse de “interesse nacional”, servindo aos negócios e prosperidade privada. Mas esta relação entre poder e prosperidade privada de uns poucos, nunca deveria ser revelada ao povo ignorante.
O modelo de Estado controlado pela elite, parece dominar o mundo. De modo semelhante a um partido comunista, pretende atuar como liderança ou “vanguarda” das massas ignorantes, como dizia Lenin. Um consórcio de potentados econômicos posicionou-se acima e à margem do modelo instituído na fundação dos EUA. Para os “subdesenvolvidos”, colonizados, ou submetidos, sobraram os simulacros de democracia.
O impacto das políticas impostas por Volcker e M. Thatcher resultou na pressão sobre os países pobres forçados a endividar-se. Os investidores passaram a reduzir suas remessas, determinaram cortes nas exportações e atrasaram os pagamentos dos créditos devidos ao mercado exterior, principalmente de minérios obtidos nos países “em desenvolvimento”. Arquivaram-se projetos de infra estrutura e obras essenciais para a construção de economias saudáveis. Foi tudo adiado por ordem do FMI.
Além disto os “pobres” foram obrigados a pagar juros elevados nas parcelas do serviço de uma dívida que duplicou do dia para a noite, por vontade unilateral dos investidores externos que determinam as políticas do Fundo Monetário Internacional. “Foi isto que os poderosos de Whashington e Londres denominaram “Crise de débito do Terceiro Mundo”. Uma crise criada em Londres, Washington e Nova Iorque e não na Cidade do México, Brasilia ou Buenos Aires“.
Como consequência das políticas que resultaram na globalização da economia o mundo continua em estado de guerra. A city londrina, as elites e banqueiros anglo americanos inventaram uma nova crise. Entre nós, uma guerra assimétrica aterroriza os cidadãos, reféns das drogas e das quadrilhas que se multiplicam, pervertendo a infância e a juventude, destruindo famílias e matando mais gente de fome, doença, tiroteios, assaltos e acidentes de trânsito, que em guerras declaradas.
E nem contabilizaram ainda os danos irreversíveis causados por drogas baratas e mortíferas fabricadas em laboratório, como alguns vírus que foram espalhados pelo mundo. Nem as doenças degenerativas e cânceres resultantes de alimentos contaminados por agrotóxicos, - distribuídos mundialmente por empresas como a Monsanto - e consumidos, sem alternativa por toda a população. Incluam-se os conservantes, químicos para colorir alimentos, aspartame e outras drogas, para imaginar o tamanho do buraco.
A viznha Bolívia produz centenas de milhares de toneladas de coca por ano, que são revertidas em quantias de bilhões de dólares, superando o PIB boliviano. O comércio e consumo de drogas de todo tipo aumenta radicalmente no Brasil e em outros países do mundo. Vale lembrar a Colômbia e o Peru. Os provedores criaram mercados internos e além de corromper quase imobilizaram os poderes públicos.
Tudo controlado pelos mesmos idealizadores da Nova Ordem Mundial, famílias nobres, banqueiros e empresários situados em todos os ramos de negócios e dominando a extração mineral, agro pecuária, industria, comércio e construções, transportes e obras públicas, comunicações e educação, até distribuição de alimentos à rede varejista. É a América Latina de propriedade dos controladores que implantam a nova ordem mundial capimunista.
O terror, decorrente das políticas do crime organizado no poder, abre as portas para os constantes assaltos a bancos, matança de policiais, sequestros, tráfico de armas, colocação de bombas em locais públicos. Nos anos 60 os comunistas fizeram a escola dos que hoje, soldadinhos das drogas, atuam em cada esquina.
O Fundo Monetário Internacional, (FMI), ocupa hoje em dia o lugar da Companhia Britânica das Índias Orientais tornando pálida aquela Guerra do Ópio controlada pela realeza britânica. A guerra do Afeganistão acompanhada pelo gigantesco aumento da produção de drogas naquele país revela a intimidade e os propósitos iguais da máfia russa e das máfias das oligarquias ocidentais.
Propaganda contra a Verdade
Hannah Arendt observa que uma das características do totalitarismo é a utilização da propaganda para esconder a verdade, com a pretensão de firmar a ideia de que o único discurso válido é aquele do “determinismo histórico” e quem ficar de fora é marginal e vai se ferrar.
A fabricação e desenvolvimento de armas leves e pesadas é monopólio dos países altamente militarizados, que lucram com o contrabando destes produtos, auferindo os lucros do maior comércio mundial: o comércio da morte. As drogas são, no dizer dos analistas, o segundo maior negócio do mundo. Em terceiro lugar está o petróleo.
A movimentação do comércio clandestino de armas e drogas é trilionaria. Os comerciantes e gerenciadores situados nos diversos níveis da hierarquia maldita destas corporações, são respeitáveis senhores, grandes doadores de recursos para fundações, obras caridosas e campanhas políticas. São verdadeiros mecenas!
Aos governantes cabe utilizar a propaganda para esconder esta verdade. Precisam manter e fomentar este negócio magnífico. Nada melhor que controlar os próprios cidadãos prometendo mundos e fundos, promovendo campanhas, recolhendo armas particulares e com a polícia recomendando: “não reaja ao assalto!” Entregue tudo ao bandido! De modo educado, humilhado, impotente, agradecendo ao governo por indicar que só é possível sobreviver, rendido.
O tráfico ilegal de armas e drogas – primeiro e o segundo dos comércios mais rentáveis do mundo - não paga impostos. Seus recursos financeiros incalculáveis estão girando na rede bancária, disponíveis para a corrupção e propaganda, para contratar assassinos, prestigiar ou derrubar governantes.
Assim o “problema das drogas” se constitui na peça de propaganda arteira, prestigiando as máfias internacionais, empresas de sucesso, cujos membros de destaque compõem a “fina flor” da sociedade e ocupam postos de mando estratégicos no mundo institucional, principalmente financeiro, influenciando todas as políticas de Estado.
Os estudiosos calculam que 95% das realizações financeiras destes mercados, estão lavadas e depositadas nos bancos internacionais. O resto fica com os miseráveis dos países produtores, que nem Afeganistão, Camboja, Peru, Colômbia, Bolívia e na disponibilidade dos comerciantes que nem Marcola, Beira Mar e traficantes menores.
O que mais afeta é ignorar que tais políticas são alimentadas por conspiradores estrangeiros. Tudo escondido do conhecimento público. Tal conspiração abriga sistemas de governo e ideologias conflitantes, sincretismos culturais e religiosos e lança os tentáculos do ópio, haxixe, heroina, maconha, cocaína e centenas de venenos sintéticos. Muitos usados em experiências dos agentes da inteligência anglo americana.
Escondem como os soviéticos promoveram a disseminação das drogas no ocidente; escondem que Mao determinou que as terras mais férteis da China fossem cultivadas com papoulas para produzir ópio e comercializar no ocidente; escondem a intimidade de Fidel Castro com os cartéis colombianos e como transformou Cuba num entreposto de drogas destinadas ao comércio nos EUA.
Escondem que inundaram as nossas escolas para entupir os neurônios e disseminar mais facilmente as idéias coletivistas. A população nem desconfia do cancer que corroi as entranhas das nações submetidas às políticas da globalização econômica. O resultado está presente nas escolas, nas igrejas, nas feiras e supermercados, nos hospitais, nas ruas.
Os promotores estão a salvo, confortavelmente protegidos em suas gaiolas de ouro. Resta para os contribuintes a confusão mental e a esperança, quando as autoridades policiais informam, que prenderam um moleque com umas troxinhas de drogas ou um caminhão com centenas de quilos. Ou seja quantidades que nem chegam a afetar o grande comércio. As prisões são imediatamente relaxadas.
Referências: F. William Engdahl, “A Century of War – Anglo-American oil politics and the New World Order” - 1st English edition, 1993, Paul & Company Publishers Consortium, Inc., Concord, Massachusetts
Narcotráfico, a Nova Guerra do Ópio, Inteligence Review
Ricardo Vélez Rodríguez, “Violência, Narcotráfico e Terrorismo na América Latina”. Juiz de Fora, 2008.
Arlindo Montenegro é Apicultor.