Ativistas de movimentos negros protestaram na manhã deste sábado (26), na Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), que acontece no município do Recôncavo Baiano até este domingo, 27.
Cerca de 30 manifestantes interromperam a mesa “Donos da Terra? – Os Neoíndios, Velhos Bons Selvagens” com o sociólogo Demétrio Magnoli e a historiadora Maria Hilda Baqueiro Paraíso logo após o início da discussão.
Um grupo de estudantes deu início a um protesto sob brados de ‘racista’ e ‘fora, Magnoli!’ O ato foi pautado pelas opiniões desfavoráveis de Magnoli com relação às cotas raciais.
Dois estudantes, seminus, se pintaram na frente do professor, causando tumulto e interrompendo o debate. Uma faixa a favor das cotas também foi estendida.
O sociólogo não aceitou deixar a mesa e criticou a atitude dos manifestantes, arrematando, “No poder, esse grupo fuzilaria os seus opositores”.
A professora da UFBA, Maria Hilda Baqueiro Paraíso, que também compunha a mesa, tentou negociar com os estudantes, mas não obteve sucesso. Os seguranças presentes no evento não conseguiram conter a baderna.
Após cerca de 1h30 de protesto, os organizadores da Flica decidiram inicialmente adiar a mesa, que aconteceria às 13h30, fechada para o público, mas depois voltaram atrás e cancelaram a atividade, afirmando em nota não poderem garantir a integridade física do escritor,
“Devido à manifestação que aconteceu durante a 1ª mesa deste sábado (…) Foram canceladas a mesa citada e a de 20h, “As Imposições do Amor ao Indivíduo”, com Jean-Claude Kaufmann (França) e Luiz Felipe Pondé. Os organizadores da festa não conseguiriam garantir a integridade física dos autores alvos do protesto, Demétrio Magnoli e Luis Felipe Pondé”.
Demétrio Magnoli é autor do livro Uma Gota de Sangue.
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