Por Cartes A. Jouer
Quando eu era um estudante na "International School of Tanganyika" em Dar Es Salaam - Tanzânia - durante a minha adolescência, frequentei a minha aula de "Humanidades" que ocorria todas as Terças de manhã. O tópico do dia era a "Revolução Industrial". Depois de discutir o clima histórico de onde surgiu a revolução industrial, a minha professora deu-nos uma visão generalizada de Karl Marx (e das ideias que ele formulou) para explicar este evento histórico monumental. Ela explicou-nos que ele havia sido "pensador mais profundo" de sempre e que as suas ideias haviam alterado o curso da história.
De facto, as suas teorias mudaram o curso da História.
A minha professora ressalvou que as suas teorias eram tão complicadas que a maior parte das pessoas facilmente as entendia da forma errada; devido a isso, ela aconselhou-nos a manter uma atitude céptica em relação aos críticos de Marx. Eu levantei a minha mão e perguntei à minha professora se ela concordava que o Bolchevismo e o Maoísmo haviam causado a morte de milhões na sua tentativa de trazer para a realidade política as ideias Utópicas de Marx, e se ela concordava que Lenine e Mao eram Marxistas convictos. Parecia que as minhas perguntas haviam causado a que ela ficasse vermelha (sem trocadilho). Batendo a sua mão na mesa, ela respondeu de modo lívido "Mas eles não eram Marxistas GENUÍNOS!!"
Eu sou um estudante universitário Canadiano, nascido no continente Africano e criado fora do Canadá - em vários países Este-Africanos e partes do Médio Oriente. Frequentei tanto as escolas Britânicas como as "Escolas Internacionais" - as primeiras usavam um currículo Britânica standard enquanto que as últimas haviam aderido ao"International Baccalaureate", ou IB para encurtar. Só para ressalvar, o IB é um curriculum educacional recente que descobri e ele está a tornar-se bastante popular dentro do crescente número de escolas privadas que estão a aparecer pelo Canadá e pelos Estados Unidos (e por todo o mundo ocidental).
Estas escolas são aquelas para onde a classe média (se tiverem posses suficientes) e os ricos enviam os seus filhos para receber, alegadamente, uma educação de elite. O que muitos pais não sabem é que quando eles enviam os seus filhos para a maior parte das escolas actuais - tanto públicas como privadas - eles estão a enviar os filhos para sítios onde eles são indoutrinados com uma forma insidiosa de educação Marxista conhecida como "Marxismo Cultural", que inculca dentro dos estudantes uma visão do mundo que os torna incapazes de pensar de modo crítico à cerca de qualquer tópico intelectual importante nas ciências sociais - tanto no presente como no passado. O Ocidente pode ficar grato pelo facto da ciência ainda estar relativamente protegida desta visão do mundo, mas também isso, infelizmente, está a mudar. Mas isso é outro problema que é melhor deixar de parte por agora.
Desde os anos 60 que o "Marxismo Cultural" tem sido forçado aos estudantes desde os primeiros dias da sua experiência estudantil. Nos últimos 60 anos, essa ideologia tomou conta e passou a dominar as instituições ocidentais. Para além disso, é importante ressalvar que actualmente esta ideologia penetrou as instituições mais importantes e continua a fazer progressos como forma de avançar com a sua agenda dogmática.
Foi através do sistema educacional (especialmente das universidades) que esta ideologia fez a sua primeira aparição na América do Norte. Hoje em dia, ela está fortemente presente nas escolas públicas e nas escolas particulares. (...)
Porque é que os filhos dos ricos e as democracias liberais que vivem sob organizações políticas dedicadas ao capitalismo e à liberdade individual estão a promover uma visão do mundo Marxista que se encontra dedicada a colocar um ponto final ao seu modo de vida? Para entender a forma e o porquê disto estar a acontecer, temos que explorar o fenómeno conhecido como "Politicamente Correcto". Para fazer isto, temos que fazer perguntas fundamentais que nos ajudam a incidir alguma luz sobre a história desta perigosa e insidiosa visão do mundo ideológica.
1) O que é o "Marxismo Cultural", de que forma ele difere do "Marxismo-Económico" e como é que as sua disseminação educacional levou-nos à visão do mundo "politicamente correcta"?
2) Qual é a sua história intelectual?
3) Quais foram as figuras mais importantes e os responsáveis por ele?
4) Quais foram as teorias que cada um contribuiu para o sucesso desta ideologia?
De modo a que possamos entender o verdadeiro significado da forma de pensar politicamente correcta, e a forma como ela afecta a sociedade, é importante examinar as origens ideológicas que causam a que indivíduos, organizações, universidades, agências governamentais e os média a ajudem e a promovam. O "Politicamente Correcto" é um estado de espírito, ou, dito de outra forma, é a lente através da qual os indivíduos ou as organizações são levadas a olhar para o mundo. Aqueles que são "politicamente correctos" têm que ser vistos como pessoas que estão sob o efeito de uma das muitas formas de influência do enquadramento ideológico conhecido como "Marxismo Cultural".
A agenda Marxista cultural pode ser rastreada até um individuo chamado Antonio Gramsci, um Comunista italiano que estava desapontado por ver que o Bolchevismo tinha falhado em se propagar pela Europa após a Primeira Grande Guerra. Enquanto ele se encontrava na prisão, ele escreveu um livro que, essencialmente, apelou aos Marxistas mais dedicados que mudassem a sua metodologia tendo em vista a instalação do seu sonho utópico socialista-marxista nos países ocidentais.
No seu "Manifesto Comunista", Karl Marx afirmou que só quando uma revolução violenta liderada pelo proletariado (trabalhadores da fábrica) se levantasse e matasse os burgueses é que a sociedade sem classes emergiria. Ele alegou que esta revolução teria lugar nos países capitalistas e industrializados (tais como a Inglaterra e aqueles que, como ela, haviam liderado a revolução industrial). Marx estava errado e o resto é história, ou pelo menos deveria ser para aqueles que estão dispostos a ver as coisas como elas são.
Gramsci, no entanto, avançou com uma nova metodologia através da qual esta Revolução Cultural haveria de acontecer, e ela não assentava no uso das armas ou da violência, mas sim através da educação por meio da lenta erosão das ideias fundamentais que amparam as sociedades capitalistas ocidentais. Gramsci e os seus pares desbravaram o caminho para uma nova forma de "Pesquisa Social", e as ideias que passaram a estar sob ataque por parte de Gramsci e dos seus seguidores eram aquelas tais como a identidade tradicional ocidental da família, o casamento, da religiosidade e das normais sexuais (citando algumas). O seu propósito era o de inverter as tradições das sociedades ocidentais como forma de se atingir o objectivo da revolução.
No entanto Gramsci não foi o único responsável pela disseminação bem sucedida do Marxismo Cultural; ele apenas assentou os fundamentos. Através das instituições de ensino, estes Marxistas culturais buscaram formas de impor uma ortodoxia de pensamento e de comportamento que é intrinsecamente totalitária.
É importante entender que há 4 paralelos importantes entre o "Marxismo Económico" clássico e o "Marxismo Cultural".
- O "Marxismo Cultural" (que causa o "Politicamente Correcto") partilha com o "Marxismo Clássico" o sonho duma sociedade "sem classes", onde todos são iguais em condição, mas não em oportunidade.
- O segundo paralelo entre as duas formas de Marxismo é que ambas explicam a História através duma só lente. O "Marxismo Clássico" alega que a História centra-se apenas entre aqueles que controlam osmeios de produção, enquanto que o "Marxismo Cultural" alega que certos grupos têm mais poderque os outros.
- O 3º paralelo é que ambas as ideologias dividem a sociedade entre dois grupos distintos: um que é moralmente bom, e outro que é moralmente maligno. Dito de outra forma, a sociedade divide-se entre aqueles que oprimem e aqueles que são oprimidos.
- Finalmente, no "Marxismo Clássico" isto é expressado através da distinção entre o proletariado (operários de fábricas) e os burgueses (donos dos meios de produção). No "Marxismo Cultural", a distinção não é simplesmente algo que gira em torno da classe, mas sim um conflito entre o Homem Ocidental e os "outros" (muçulmanos, feministas, homossexuais, nativos, refugiados Jordanos também conhecidos por Palestinos ....etc), onde o homem ocidental é o opressor e todos os outros são os oprimidos.
O que une estes dois tipos de Marxismo de forma bem profunda é o autoritarismo que ambos defendem como forma de resolver os alegados males que eles observam na sociedade. Para o "Marxismo Económico" ou "Marxismo Clássico", o autoritarismo manifesta-se no desejo da destruição dos capitalistas pelas mãos do proletariado, e pelo insensível assassinato de qualquer pessoa que se oponha à sua agenda (como referência confirmadora, veja-se a história da revolução Bolchevique na Rússia e as purgas que ocorreram). Para os "Marxistas Culturais" é a presunção duma autoridade moral para os grupos que eles arbitrariamente classificaram de "oprimidos" - grupos esses que eles apoiam e defendem.
Ao mesmo tempo que os "Marxistas Culturais" apoiam os grupos alegadamente "oprimidos", eles ostracizam,demonizam, intimidam, fazem ameaças físicas com frequência, e envolvem-se em calúnias vitriólicas contra qualquer pessoa que discorde da forma como eles olham para o mundo.
Nidal Malik Hassan e o Politicamente Correcto
O exemplo mais gritante do "Marxismo Cultural" em operação no dias de hoje é o caso do psicólogo militar muçulmano e americano Nidal Malik Hassan. No dia 5 de Novembro de 2009, e numa das maiores bases militares americanas, Fort Hood, Nidal Hassan matou 13 militares, e feriu 29 outros, enquanto gritava "Alá é o maior" (“Allah Hu Akbar”). Segundo algumas testemunhas, antes do evento, ele distribuiu Alcorões à porta da loja de conveniência local que ele frequentava, facto confirmado após o dono da loja ter entregue as gravações das câmaras de segurança validando as declarações feitas pelas testemunhas. Para além disso, ele usava a tradicional roupa islâmica. Tudo isto são acções levadas a cabo por muitos jihadistas muçulmanos antes das suas missões suicidas.
À medida que os eventos começaram a ser bem conhecidos pelo povo americano, a líder do "Department of Homeland Security", Janet Napolitano, disse o seguinte numa conferência de imprensa realizada na capital dos Emiratos Árabes Unidos (Abu Dhabi):
Obviamente que somos contra - e nem acreditamos em - comportamentos anti-islâmicos que possam emanar disto.
Ela continuou, explicando que Nidal Hassan era "um indivíduo que, obviamente, não representa a fé islâmica". Infelizmente, as suas declarações não poderiam estar mais longe da verdade. Nidal Hasan era um psicólogo militar em Fort Hood, e a sua responsabilidade era a de preparar mentalmente os soldados que iriam ser enviados ao Afeganistão e no Iraque. A sua reputação, no entanto, era uma fonte de preocupação para aqueles que presenciavam as suas palestras.
Um ano antes de Hassan ter levado a cabo o massacre, ele deu uma apresentação compreensiva à sua turma onde explicou o porquê dos soldados muçulmanos terem que desobedecer as ordens e se recusarem a serem enviados para o Iraque e para o Afeganistão. Na sua apresentação, ele explicou que, segundo a lei islâmica, os muçulmanos devem ser fiéis à sua religião mesmo que se encontrem sob a autoridade legal dum líder politico não-muçulmano.
Isto foi confirmado pela blogueira e activista dos direitos humanos Pamela Geller, cuja pesquisa desenterrou o acrónimo "SoA (SWT)" no cartão profissional de Nidal Hasan. Este acrónimo é um diminutivo para "Soldier of Allah" [Soldado de Alá], e devido a isso, precede o acrónimo SWT, que é a translineação fonética da invocação arábica que os muçulmanos fazem depois de se referirem à palavra "Alá"; ela significa "que ele [Alá] seja glorificado e exaltado".
Para todos aqueles que estavam suficientemente familiarizados com a lei islâmica e a história da jihad, a apresentação era essencialmente a mensagem pública de Nidal para aqueles à sua volta de que ele seguiria o caminho de outros jihadistas. Escusado será dizer isto, mas todas as evidências apontam para o facto de Nidal ter agido de forma premeditada e calculada, motivado pela sua devota convicção muçulmana de que se deve seguir o entendimento clássico da lei islâmica e agir em conformidade.
Os oficias da lei reportaram que, depois de terem revisto o computador e as contas de email de Hasan, ficou evidente de que ele havia visitado numerosos sites que não só propunham o entendimento islâmico clássico de jihad, como encorajavam os muçulmanos a viver nos países não-muçulmanos a levar a cabo actos de violência contra os opressores "Kuffar" (não-muçulmanos).
O caso de Nidal Hasan e do massacre por ele levado a cabo, é, portanto, um exemplo claro do Policitamente Correcto fora do controle que invadiu as forças militares Americanos e o "Department of Homeland Security"(especialmente sob a autoridade da administração de Obama). Segundo o Daily Caller, em Novembro de 2011, o próprio Obama exigiu que todo o material de treino usada por e para as comunidades policiais de segurança nacional que de alguma forma unissem o islão ao comportamento violento fosse abandonado como forma de "não ofender" os muçulmanos. Depois duma conversa com o Procurador-Geral Eric Holder, Dwight C. Holton disse o seguinte:
Quero que isto fique bem claro: qualquer material que caracteriza o islão como uma religião violenta ou com tendência para a violência, está errado, é ofensivo e é contrário a tudo o que este presidente, este procurador-geral e o Departamento de Justiça representam. Este tipo de material não será tolerado.
Com um pequeno esforço e um entendimento mínimo das motivações por trás dos terroristas muçulmanos, a tragédia de Fort Hood poderia ter sido impedida. Tudo o que era precisa fazer era uma examinação das palestras de Hasan e reparar no óbvio conflito de interesses que existia ao se deixar que um indivíduo que era publicamente um muçulmano devoto trabalhasse para as forças militares e tivesse responsabilidades imensas, acesso diário e autoridade sobre soldados em vias de serem enviados para zonas de conflito.
A Escola de Frankfurt
O princípio mais importante que ressalva os dois sistemas - "Marxismo Clássico" e o "Marxismo Cultural" - é a metodologia aceite que é usada para "provar" a "verdade" dos seus dogmas. Para os Marxistas Económicos, a análise é estritamente económica ao mesmo tempo que para os Marxistas Culturais é o uso do que é chamado do método de "desconstrução" através do método da "teoria crítica" (definida simplesmente como uma crítica negativa a tudo o que não se gosta).
A metodologia da desconstrução é o entendimento de que a desigualdade social provém da acção de forças específicas que são usadas para oprimir as minorias. A língua, o sexo, ou as formas económicas da análise Marxista, são então usadas para explicar as alegadas desigualdades (quer seja a opressão sobre a mulher dentro da estrutura familiar tradicional, ou a alegada opressão sobre os muçulmanos feita pela suposta sociedade "islamofóbica").
As raízes históricas do "Marxismo Cultural", que é a fonte do que é hoje o politicamente correcto, emergiram dentro dum grupo de pensadores provenientes da Escola de Frankfurt, que se chamava originalmente "Instituto de Pesquisas Sociais" e foi fundada por Carl Brunberg na cidade Alemã que dá o nome à escola. Brunberg era um professor Marxista de Direito e Política na Universidade de Viena, que, por essa altura, era uma escola associada à Universidade de Frankfurt". No ano de 1929 Grunberg reformou-se da Escola de Frankfurt e entregou a liderança a Max Horkheimer, que se tornaria numa figura instrumental no futuro da instituição.
As origens primordiais da escola podem ser rastreadas até Felix Weil, filho dum industrialista que ajudou assegurar um enorme financiamento privado por parte do seu pai. Este financiamento ajudar a fundar o Instituto de Pesquisas Sociais (tornando-se mais tarde na Escola de Frankfurt). Weil era um jovem Marxista que havia estudado na Universidade de Tubingen, e depois em Frankfurt.
Enquanto estudante Weil apaixonou-se pelas ideias de Karl Marx e, mais tarde, financiou a "Primeira Semana de Trabalho Marxista" (Erse Marxistische Arbeitswoche), um clube social composto por indivíduos que partilhavam a paixão pela pesquisa social Marxista. Entre estes indivíduos encontravam-se Marxistas Culturais mais tarde famosos tais como George Lukacs, Karl Korsch, Herbert Marcuse e outros que se tornariam líderes da teoria social Marxista e contribuintes da Escola de Frankfurt.
A Escola de Frankfurt, que foi a primeira do seu tipo na Alemanha, dedicava-se a disseminar e desenvolver uma nova forma de pesquisa de orientação Marxista. Weil, com a ajuda do seu pai, negociou com o Ministério da Educação e assegurou para o instituto uma licença estadual oficial que permitia à escola ser reconhecida como uma instituição educacional formal. Apesar da sua agenda académica claramente totalitária, no princípio dos anos 30 os fundadores da escola encontraram-se em confronto directo com Adolf Hitler do Partido Nacional Socialista.
Ironicamente, e ao mesmo tempo que isto acontecia, os Bolcheviques já estavam a enviar pessoas para osgulags. Isto significa que practicamente no mesmo período histórico, dois movimentos políticos motivados por ideias socialistas começaram a impor a sua vontade política totalitária.
Portanto, debaixo da crescente sombra do Nazismo, os fundadores da Escola de Frankfurt deixaram a Alemanha e continuaram com o seu trabalho em Nova York, onde eles prosperariam, continuando com a sua agenda institucional de destruir o capitalismo a partir da Torre de Marfim.
Durante a década 30, as sociedades Ocidentais não tinham ainda experimentado e testemunhado a devastação que as ordens políticas inspiradas pelo Marxismo poderiam causar. Devido a isso, um grupo de académicos Europeus que buscou asilo do regime ditatorial Alemão passou despercebido e teve permissão para prosperar como académicos, e dar continuidade ao seu trabalho maligno, tal como um dos seus proponentes mais notórios disse, operando "dentro do estômago da besta".
Usando a sua nova metodologia, os proponentes da nova escola desenvolveram furiosamente um sistema de pensamento que tinha como propósito fragilizar todas as tradições Americanas. Este sistema de pensamento, conhecido como "Teoria Crítica", ou "Metodologia da Desconstrução", é a síntese entre o pensamento Marxista e ciências sociais específicas (tais como a psicologia, a sociologia, a história, a antropologia, etc).
Nomes Sonantes
Examinemos e delineemos agora em breves palavras os nomes fundadores mais sonantes por trás da Escola de Frankfurt, que foram responsáveis pela criação e disseminação da "Teoria Crítica". Os nomes que se seguem são, na minha opinião, os nomes mais sonantes entre outros que emergiram da Escola de Frankfurt.
- 1) Antonio Gramsci - Comunista Italiano que visitou a União Soviética depois dos Bolcheviques terem tomado o poder, em 1917.
Ele fez a observação astuta de que um levantamento ao estilo daquele que havia ocorrido na União Soviética nunca poderia ser bem sucedido no Ocidente tal como tinha sucedido na Rússia uma vez que os valores Cristãos tradicionais ainda dominavam nos países Ocidentais. Ele tornou-se líder do Partido Comunista Italiano, o que eventualmente causou a que nos anos 30 ele fosse lançado na prisão por parte de Mussolini. Foi durante a sua detenção que ele escreveu os "Cadernos do Cárcere", onde ele explanou a sua ideia de que os Marxistas deveriam dar início a um ataque a longo prazo ao capitalismo e às tradições através do sistema de ensino. Gramsci estabeleceu as bases que pavimentaram o caminho para uma re-educação em massa dos estudantes Americanos.
Em 1955 ele escreveu o livro "Eros e a Civilização" que se tornou extremamente popular na contra-cultura que começou nos anos 60. Ele alegou que a forma única de escapar da "uni-dimensionalidade" da sociedade industrial moderna era através da libertação do lado erótico do homem - o instinto sensual - em rebelião contra a "racionalidade tecnológica".
Esta "emancipação erótica" tinha que tomar forma no que ele chamou a "Grande Recusa", através da qual ele apelou aos estudantes que rejeitassem todas as formas de capitalismo, e da visão tradicional da sexualidade, visto que conformar-se a elas impedia a verdadeira emancipação. Ele cunhou também a frase “Make Love, Not War”. Claramente ele não era fã da familia nuclear e da comunidade local tão amada por De Tocqueville.
- 3) Theodor Adorno - Ele foi um Marxista revolucionário e outro membro da Escola de Frankfurt a fugir para os Estados Unidos nos anos 30.
Adorno escreveu um livro chamado "Personalidade Autoritária", publicado em 1950. O seu argumento era o de que existia um "carácter autoritário" resultante do capitalismo, do Cristianismo, da família patriarcal e de outros valores Ocidentais. O grande esquema da mensagem de Adorno, bem como da dos seus co-conspiradores, era reorganizar de uma forma profunda os valores das nações Ocidentais de modo a que as crianças nas escolas e os jovens passassem a ser porta-vozes das personagens revolucionárias da Escola de Frankfurt, e, desde logo, tornando em realidade o novo homem.
- 4) Eric Fromm - Tal como outras personagens da Escola de Frankfurt, Fromm também acabou por atravessar o Atlântico como forma de fugir do Nacional-Socialismo.
Em 1941 ele publicou o livro ‘Escape From Freedom’, que é semelhante ao livro de WIllhelm Reich (outra personalidade da Escola de Frankfurt) com o título de ‘The Mass Psychology of Fascism’. Estes dois livros são muito semelhantes.
No livro ‘Escape From Freedom’Fromm alegou que o capitalismmo gerou uma sociedade emuladora da Teoria da Predestinação, reflectindo a ideia da natural desigualdade entre os homens (ressuscitada na sua máxima força pelos Nazis através da sua ideologia). Fromm alegou que a personagem autoritária só experimenta a dominação ou a submissão, e que as "diferenças, quer sejam o sexo ou a raça, para ele são necessariamente de superioridade ou de inferioridade".
Fromm disse também que a "Liberdade Positiva" sugere a ideia de que não há poder mais elevado do que o ser individual único; e que o homem é o centro e o propósito da vida; o crescimento e o entendimento da individualidade do homem é um fim que tem que se sujeitar aos propósitos que supostamente têm uma dignidade maior.
O verdadeiro signficado da "Liberdade Positiva" de Fromm é esclarecido no seu outro livro com o título de ‘The Dogma of Christ’. Nele, Fromm define uma personagem revolucionária tal como ele mesmo como homem que se libertou das amarras do sangue e da terra (nacionalismo), da sua mãe e do seu pai (laços familiares) e outras lealdades centradas no estado, partido ou religião. O seu propósito revolucionário encontra-se claro no livro ‘The Dogma of Christ’ quando ele diz que "poderemos definir a revolução duma forma psicológica, afirmando que a revolução é um movimento político liderado por pessoas com características revolucionárias, e pessoas atraentes com características revolucionárias".
O presente
Esta breve esboço dos Marxistas culturais em cima mencionados claramente mostra que o seu propósito era maligno e muito bem planeado. Não é surpreendente ver as suas ideias materializadas nas instituições de ensino pós-secundárias. Se fossemos examinar o currículo de todos os departamentos de ciência social das universidade (Ivy League ou não-Ivy League), observaríamos a sobre-abundância e o domínio dos desconstrucionistas e dos seus seguidores.
Listemos agora alguns exemplos de educadores que ensinam em universidades de topo no Estados Unidos, e um pouco por todo o mundo, ilustrando o predomínio da agenda Marxista cultural por todas as ciências sociais e pelas universidades:
Em 2008 a "Fundação Andrew W. Mellon" deu a Judith Butler o "Distinto Prémio por Empreendimento". Este prémio tem o valor aproximado de $1.5 milhões de dólares e foi-lhe dado pelas suas "contribuições significativas para a investigação humanista". De que forma é que ela contribuiu para "investigação humanista"? Ela é uma das desconstrucionistas do género mais importantes, afirmando que o Género é só uma construção social do Ocidente que é imposta de forma coerciva na maioria da população com o propósito de manter a hegemonia das normas sociais do Ocidente.
Ela alega que estas normas Ocidentais tentam de forma constante e bem sucedida comercializar a sexualidade feminina, como se faz com um objecto do qual se quer obter lucro. Um exemplo perfeito da sua perigosa influência intelectual ,que está em perfeito acordo com a agenda "marxista cultural", é a sua racionalização daburka, roupa islâmica que as muçulmanas são obrigadas a usar como forma de manterem a sua "honra". Eis o que Judith Butler acredita ser o verdadeiro significado ba burka:
Mas na verdade, a burka ... pode ser um sinal de fé privada; ela pode ser uma forma de assinalar uma certa pertença a uma comunidade; a burka pode ser uma forma de negociar a vergonha e a sexualidade na esfera pública, ou a preservação e honra feminina, e pode até ser uma forma de resistir certos modos ocidentais que assinalam a invasão total da moda e dos vestidos mais cómodos e ressalvam os esforços culturais [ocidentais] para apagar as prácticas islâmicas.
Butler acertou numa coisa, no que toca ao entendimento do que é a burka. Ironicamente. no entanto, ela reverte o entendimento por trás do seu significado.
A burka é um protesto contra as normas ocidentais, mas o alegado protesto não é uma escolha e de certeza que não significa a liberdade que ela acredita que a mulher que a usa realmente tem. Em todos os países islâmicos (isto é, países onde a Sharia é o pano de fundo legal) se alguma mulher - muçulmana ou não - voluntariamente escolhe não usar a burka, ela coloca-se numa posição perigosa e pode esperar ser legalmente e fisicamentepunida de forma cruel por não usar a burka. É precisamente por isso que quando as mulheres ocidentais viajam para os países muçulmanos, e como forma de não "ofender" o país anfitrião, elas quase sempre cobrem a sua cabeça.
É trágico pensar que Butler recebeu 1,5 milhões de dólares. Uma forma mais humana e produtiva de usar parte do dinheiro que ela recebeu seria ajudar a pagar os tratamentos médicos que milhares de mulheres, vítimas de ataques com ácido, sofrem no Afeganistão só por querem viver livremente e fazer as suas escolhas. Não é de surpreender que Judith tenha racionalizado a opressão que estas mulheres afegãs inocentes sofrem diariamente.
Infelizmente, no ensino superior ocidental Judith Butler não é uma anomalia ou uma minoria no mundo académico das artes e da ciência. Existem milhares e milhares de exemplos de natureza semelhante (e este número é bastante conservador). Uma busca simples pelos nomes que se seguem serão exemplos suficientes (Nota: Estes exemplos fazem parte do livro autoritário de David Horowitz (um ex-Marxista) com o nome de ‘The Professors: The 101 Most Dangerous Academics in America’, e fala dos educadores progressisas do mundo académico Ocidental):
- Professor M. Shahid Alam [Northeastern University]
- Professor de Economia
- Compara os terroristas do 11 de Setembro com os Pais Fundadores da Revolução Americana, alegando que ambas as ideologias estão ao mesmo nível moral e que ambas são igualmente dignas de se sacrificar em seu favor para manter o seu estilo de vida.
- Alega que a Jihad da Al Qaeda é uma resposta defensiva à agressão Ocidental contra o mundo islâmico. [ed: algo refutado pela história história islâmica]
- Professor Hamid Algar [University of California, Berkeley]
- Professor a especializar-se em estudos islâmicos/persas.
- É um apoiante da Revolução Iraniana de 1979.
- Alega que a "guerra ao terror" faz parte da agenda imperialista dos Estados Unidos.
- Professora Lisa Anderson [Colombia University]
- Professora de Ciência Política.
- Também alega que a guerra Americana contra o Iraque e contra o Afeganistão são actos não provocados de agressão.
- Lisa ignora os crimes cometidos pelos Talibãs contra o seu povo no Afeganistão, e os crimes cometidos pela Al Qaeda contra o povo Iraquiano.
Estes nomes mais não são que uma pequena ponta dum iceberg infelizmente gigantesco do mundo académico Ocidental. Para se ter acesso ao resto da lista basta ler o excelente livro de Horowitz, ‘The Professors: The 101 Most Dangerous Academics in America’.
Havendo dito isto, não é surpreendente que, actualmente, gerações de estudantes que, desde os anos 60 têm sido enviados para as universidades, voltam para casa odiando o estilo de vida dentro do qual cresceram. As coisas chegaram a um ponto tal que os descontrucionistas avançam com o seu paradigma educacional para dentro dos jardins de infância (ou creches). Na maioria dos jardins de infâncias urbanos da América do Norte não será surpreendente encontrar um cartaz com um arco-íris na porta principal (o símbolo para os assim chamados "locais seguros para os homossexuais"). Se alguém não vê como este cenário é problemático, basta considerar se é apropriado que qualquer forma de sexualidade seja discutida e ensinada aos pré-adolescentes. Os livros preenchem as prateleiras e estes são usados para ensinar as crianças (desde a mais tenra idade) mais sobre a "normal" disposição homossexual.
Conclusão
Poderia disponibilizar inúmeros exemplos e trechos de material didático espalhado por toda a Anglosfera, mas o meu propósito neste artigo é simplesmente o de alertar o leitor para as origens ideológicas e atitudes dos fundadores intelectuais do "politicamente correcto". Espero que este artigo seja usado como um ponto de partida para aqueles cuja curiosidade foi atiçada com a informação contida nele.
Apesar da miríade de diferenças entre os dois candidatos das eleições Americanas que se aproximam, depois de se analisar cuidadosamente, podemos ver que um deles é um Marxista cultural que estudou com aderentes da Escola de Frankfurt, e esse candidato não é o Mitt Romney. E vocês não deveriam ficar perplexos com isto.
Fonte