quarta-feira, 5 de março de 2014

A questão Ucraniana: uma Guerra Mundial a caminho?

Acompanho os movimentos dos envolvidos na questão ucraniana. Tanto a invasão da Crimeia, quanto a reação dos Estados Unidos e dos próprios ucranianos. Algumas coisas eu posso afirmar agora:

1 – Obama é um frouxo. Se fosse Reagan, por exemplo, o presidente russo, Vladimir Putin, pensaria no mínimo seis vezes antes de invadir a Crimeia.

2 – Sarah Palin estava correta quando afirmou (quase profeticamente), em 2008, que a conivência de Obama era um convite para que a Rússia invadisse a Ucrânia.

3 – A manutenção da Ucrânia sobre influência (domínio) da Rússia é de interesse também da China e dos países comunistas/socialistas pelo mundo.

A China declarou apoio à Rússia na questão ucraniana, mas por quê? Ora, Rússia e União Europeia brigam pela Ucrânia, pois ambos desejam abrir uma porta comercial para o outro lado. A UE quer uma porta de entrada no leste europeu e diminuir a influência da Rússia, enquanto a Rússia quer manter sua porta de entrada ao ocidente e mantê-la fechada à União Europeia.

No meio disso, interessa à China que a Rússia mantenha o controle da região, pois há acordos comerciais, militares e políticos entre os dois países que dependem dessa manutenção. A consolidação do poder russo na região é a próxima etapa para a expansão de tal poder aos outros continentes, principalmente a América.

A Ucrânia deseja expulsar de vez o ranço comunista e abrir-se para o mundo, enquanto a Rússia deseja impor o eurasianismo de Aleksandr Dugin, mentor intelectual de Putin, e manter o país fechado e dependente. Contudo, uma região da Ucrânia ainda deseja manter laços estreitos com a Rússia, sendo que nessa região o idioma predominante é o russo.

Lembrando-se do que ocorreu na Segunda Guerra Mundial, a Polônia já está em alerta, para evitar ocorrências como o “Massacre de Katyn”, quando forças soviéticas assassinaram mais de 20 mil oficiais poloneses e tentaram se livrar dos corpos na Floresta de Katyn. Os poloneses estão alerta e preparados para agir contra os russos se for necessário.

Não esqueçamos ainda da Coreia do Norte, que pode parecer “morta”, mas ainda possui armamento letal e pode se aproveitar do momento para atacar a Coreia do Sul, sua inimiga e aliada dos Estados Unidos.

Movimentações parecidas com a Grande Guerra? Talvez, mas não vejo a guerra estourar neste momento. Não é interessante para a Rússia entrar em guerra com os Estados Unidos agora, mesmo sendo o conivente e permissivo do Obama na presidência do país. Não é por acaso que a Rússia deu um ultimato às Forças Ucranianas para se renderem à meia noite de 03/03/2014, porém o prazo acabou e nada aconteceu.

A Rússia instalará bases militares em Cuba e Venezuela, logo, se entrar em guerra apenas após isso, terá uma vantagem estratégica muito importante, principalmente no que se refere a Cuba, que está “na cara” dos Estados Unidos. Nova crise dos mísseis? Provavelmente sim, mas o pior é que desta vez não é John Fitzgerald Kennedy, nem Ronald Reagan, o presidente dos Estados Unidos.

Inclusive, a atuação de Obama tem sido patética, sua reação mais viril foi ameaçar o boicote à reunião do G8 que ocorrerá na Rússia, qual a resposta de Putin? “Quem não quiser vir, que não venha”. Fora isso, Obama enviou John Kerry à Kiev (Ucrânia) para oferecer ajuda financeira de US$1 bilhão ao país, outro indício de que os EUA não acreditam em uma investida séria da Rússia, por enquanto.

Navios russos bloqueiam a passagem à Rússia via Criméia, mas isso não significa nada além de pressão dos russos para aumentar a tensão, na tentativa de pressionar EUA e aliados ocidentais a não impor sanções, nem isolar a Rússia diplomaticamente. Ou é só uma manobra para demonstrar força e nada mais.

Neste momento, sabendo que determinada região da Ucrânia é favorável aos laços estreitos com os russos e que outra região (que representa a maioria) é a favor da União Europeia, talvez vejamos a divisão da Ucrânia e o surgimento de outro país, ou “região independente”, mas, por enquanto, essa possibilidade não é discutida (ou pelo menos não há nenhuma informação que aponte o contrário).

Para a União Europeia seria até um bom negocia essa divisão, pois conseguiria a porta de entrada que almeja na região, enquanto a Rússia manteria uma porta aberta para o ocidente também, no entanto, não basta à Rússia manter essa porta aberta para o ocidente, se não conseguir manter fechada a da União Europeia ao oriente.

Essas são as prováveis opções, por enquanto, pois após a instalação das bases militares russas na América Latina é imprevisível o que acontecerá, mas é bem previsível o que pode acontecer.

Por Roberto Lacerda Barricelli

Fonte: http://robertolbarricelli1.wordpress.com/

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