O PCO, "Partido
da Causa Operária", afirmou, por meio de publicação em seu site, temer a
iminência de uma intervenção militar, a qual, segundo os mesmos,
findaria em um "golpe" para a tomada do poder.
A agremiação,
notadamente de esquerda e de teor marxista, supõe um caráter de
"extrema-direita" que estaria "em ação" para acelerar movimentações em
prol da tomada do poder. Além disso, classifica as intenções de
intervenção militar como "pró-golpe" e relata pretender uma "reação" a
tais movimentos.
Leia o artigo abaixo e manifeste sua opinião:
Cresce a movimentação golpista nas Forças Armadas
Marcha da Família com Deus pela Liberdade é reedição da marcha que precedeu o golpe militar de 1964
A
movimentação pró-golpe vem crescendo e a realização da segunda edição da
“Marcha da Família” e o fortalecimento de grupos de extrema-direita são
exemplos claros disso. No entanto, não é apenas entre os civis que esta
política pró-golpe vem se desenvolvendo. Ela vem sendo executada e
colocada em prática por um amplo setor das Forças Armadas.
Um
dos aspectos mais importantes se manifesta na defesa da candidatura à
presidente da República do general Augusto Heleno Ribeiro Pereira,
militar da reserva que esteve à frente da Minustah (missão militar da
ONU no Haiti) e ex-comandante militar da Amazônia. Como os militares
(assim como os juízes) podem se filiar a partidos seis meses antes do
pleito, a data limite para a decisão de Heleno é o dia 5 de abril.
Esta
não foi a única iniciativa de militares para intervir nas eleições de
2014. No ano passado, o Partido Militar Brasileiro (PMB) tentou, mas não
consegui obter o registro necessário junto ao Tribunal Superior
Eleitoral (TSE).
As iniciativas que vêm da caserna tampouco (como é natural) ficam restritas às eleições.
Em
julho do ano passado, o coronel do Exército (atualmente na reserva),
Gélio Fregapani, afirmou que o Brasil está a três passos de uma guerra
civil. Em seu artigo, “Os rumos que seguimos apontam para a
possibilidade de guerra intestina”, Fregapani afirma: “O MST se desloca
como um exército de ocupação. As invasões do MST são toleradas, e a lei
não aplicada. Os produtores rurais, desesperançadas de obter justiça,
terminarão por reagir. Talvez seja isso que o MST deseja: a convulsão
social. Este conflito parece inevitável”.
No
texto fica explícita a crítica ao MST e o pedido de mais repressão. A
crítica ao governo do PT está implícita quando ele diz que as “invasões
são toleradas”. Embora não conste no texto é impossível não imaginar o
desfecho proposto. “Governo conivente com ações subversivas” e “ameaça
de guerra civil” foram dois dos pretextos para o golpe de 1964.
Outro
general da reserva, Luiz Eduardo Rocha Paiva, ex-secretário geral do
Exército, foi mais claro em suas pretensões. No início de fevereiro ele
publicou o artigo “Questão de Consciência”, onde contesta o que é
ensinado nas escolas sobre o golpe de 1964 e pede abertamente uma nova
intervenção das Forças Armadas quando diz que “o tempo para os militares
reagirem ao governo da esquerda totalitária está se esgotando”.
É
importante notar que a declaração parte do alto escalão das Forças
Armadas e que este setor, via de regra, usa militares da reserva ou suas
esposas para expressarem suas opiniões, uma vez que evitam quebrar a
hierarquia da corporação. Uma declaração destas dada por um atual
comandante das Forças Armadas, por exemplo, poderia acarretar em
penalidades.
Neste
sentido, as opiniões que citamos nesta matéria não podem ser vistas
como algo isolado. Esta postura pró-golpe deve vir à tona no próximo
período quando os Clubes Militares devem marcar comemorações em razão do
aniversário de 50 anos do golpe de 1964.
Todas
estas manifestações mostram que é preciso desde já iniciar uma ampla
campanha contra a política golpista da direita. Algo que para o
movimento operário deve ser feito com a realização de uma Frente Única
de todas as organizações de esquerda (partidos, sindicatos, movimentos
sociais etc.) para barrar as iniciativas golpistas por meio da luta, ou
seja, com a mobilização revolucionária de todos que se opõe a direita.
Title :
PCO, 'Partido da Causa Operária', diz estar preocupados que militares tomem o poder no Brasil
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