Por Manoel Soriano Neto*
Jornal da Paulista -
Intelectual italiano e um dos fundadores do Partido Comunista
Italiano (PCI) em 1921, percebeu que a implantação do comunismo nos
países do Ocidente não deveria seguir o modelo russo (LENIN) do uso da
violência para conquistar ou tomar o Estado, mas, sim, ao contrário,
primeiro conquistar o Estado e depois, então, a aplicação da violência
para finalizar o processo.
Nessa concepção, destaca-se o valor
atribuído ao seu entendimento de Sociedade Civil como sendo o espaço
social onde deve ocorrer a luta pela hegemonia, para que a classe
subalterna passe a ser a Classe Dirigente.
Um grupo social da classe
dirigente, assumindo o controle da Sociedade Política (Estado), permite
que o partido da Classe Dirigente seja posicionado acima do Estado.
A manobra simples, lenta e gradual utiliza-se dos instrumentos legais
e políticos da democracia para, de forma pacífica e sorrateira, minar e
enfraquecer as principais trincheiras democráticas: Executivo,
Legislativo, Judiciário, Forças Armadas, Religião e Família. Usando a
propaganda subliminar, o populismo e a demagogia, as consciências são
entorpecidas e é criada a sociedade massificada para a luta pela
hegemonia.
O envolvimento estratégico também é simples e eficaz, conduzindo o processo em três fases:
- na primeira, organiza o Partido das Classes Subalternas e luta pela
ampliação das franquias democráticas para facilitar a ação política,
explorando as deficiências e vulnerabilidades do governo;
- na segunda, luta pela hegemonia das classes subalternas, criando as condições para a tomada do poder;
- na terceira fase, toma o poder, impondo novos valores e princípios através de uma nova ordem.
O «socialismo pacífico» é a etapa intermediária para o «socialismo marxista», o marxismo-leninismo, o comunismo...
Preso em 1926, escreveu na prisão «Cadernos do Cárcere» contendo o
seu pensamento sobre a tomada do poder de forma pacífica. Foi libertado
pouco antes de morrer em 1937.
O gramscismo contagiou países da Europa e, hoje, está transbordando na América do Sul.
A PENETRAÇÃO GRAMSCISTA NO BRASIL
FINALIDADE
Criar as melhores condições para transformar o Brasil em uma República Socialista sob a inspiração de Antônio Gramsci.
OBJETIVOS
1. Obter a hegemonia na sociedade civil.
2. Obter a hegemonia na sociedade política ( Estado)
3. Estabelecer o domínio do intelectual coletivo (partido classe).
4. Silenciar os intelectuais independentes.
MÉTODO
Realizar a transformação intelectual e moral da sociedade pelo
abandono de suas tradições, usos e costumes, mudando valores culturais
de forma progressiva e contínua, introduzindo novos conceitos que,
absorvidos pelas pessoas, criam o «senso comum modificado», gerando uma
consciência homogênea construída com sutileza e sem aparente conteúdo
ideológico, buscando a identificação com os anseios e necessidades não
atendidas pelo poder público.
Assim é estabelecido o desejo de mudança em direção a um mundo novo,
com a sociedade controlada através dos mecanismos de uma «democracia
popular», onde os pensadores livres, temendo o rótulo de retrógrados ou
alienados, se submetem a uma prisão sem grades calando a voz de
divergência existente dentro de si e se deixam, assim, vencer pelo
«senso comum modificado». Este prossegue intoxicando a sociedade, sob a
égide do Estado, usado para reduzir e suprimir a capacidade de reação
individual e coletiva.
Nesse momento, está construída a base para a «tomada do poder» e consequente implantação do Estado Socialista.
AÇÕES QUE ENFRAQUECEM TRINCHEIRAS DA DEMOCRACIA
I. PARTIDOS POLÍTICOS
• Estimular o número elevado de partidos para enfraquecer a oposição e
facilitar a tática de «aliança», favorecendo o «partido classe».
• Manter a regionalização dos partidos; o controle por caciques ou
oligarquias regionais afeta a unidade nacional, favorecendo o
enfraquecimento dos partidos políticos de oposição e favorecendo o
«partido classe», que possui «unidade de comando».
• Admitir a pluralidade de esquerda para ser bem explorada pelo «partido classe» por tempo determinado.
• Esvaziar as poucas lideranças da oposição através de patrulhamento e ataque (dossiê) direto ou indireto (parentes).
• Criar fatos novos para o esquecimento das mazelas de militantes do «partido classe» e aliados.
• Afastar ou mudar de cargo o militante com erro focado pela mídia de oposição, para a sua proteção e do «partido classe».
• Usar a «mídia da situação» para silenciar as mazelas dos militantes do «partido classe».
• Infiltrar militantes nos outros partidos para obter o seu controle e
esvaziar os líderes de oposição, os neutros e os que não são adeptos do
«partido classe».
II. EXECUTIVO
• Criar aparelhos governamentais de coerção.
• Distribuir cargos em órgãos e empresas públicas para militantes do
partido-classe e seus aliados, em todos os níveis da administração
(federal, estadual e municipal), (aparelhar o Estado).
• Criar uma estrutura policial que possa ser transformada em Guarda
Nacional ou Guarda Pessoal ou em Polícia Política (Polícia Federal,
Força Nacional) para emprego imediato, quando chegar o momento oportuno.
• Ampliar o «curral eleitoral» usando o assistencialismo como fim e não como meio, mantendo o benefício por tempo indeterminado.
• Manter o «curral eleitoral» através de um sistema de ensino,
controlando o baixo nível de aprendizagem e desenvolvimento da
inteligência.
• Silenciar a imprensa através de emprego da verba pública destinada à propaganda, mantendo a população sem informação correta.
• Neutralizar políticos de oposição e aliados através de distribuição
de dinheiro, cargo público ou qualquer outro tipo de benefício pessoal
ou familiar.
• Criar ou fortalecer um organismo sul americano para diminuir a importância da OEA (EUA).
• Participar de um bloco sul americano de repúblicas socialistas democráticas.
• Facilitar a penetração cultural e a projeção dos intelectuais orgânicos.
• Denegrir heróis nacionais.
• Enaltecer militantes da ideologia marxista.
• Desmerecer fatos e vultos marcantes da História Nacional.
• Impedir a tomada da Consciência Nacional.
• Entorpecer a Vontade Nacional.
• Eliminar valores do processo histórico-cultural nacional.
• Mudar usos e costumes.
• Enfraquecer o moral nacional.
• Mudar traços da identidade nacional.
• Mudar valores e princípios ético-morais.
• Enfraquecer a família.
• Enfraquecer a coesão-nacional.
• Lançar a discórdia no seio da população.
• Desviar o foco dos debates em torno de questões relevantes em áreas
estratégicas (saúde, educação, segurança, defesa, etc), isentando o
Governo de responsabilidade pelas deficiências e vulnerabilidades.
• Estabelecer um poder paralelo ao do Estado (Conselho de Política Externa, Comissão de Direitos Humanos, etc).
• Alimentar as ONGs com o dinheiro público e estimular outras para
atuarem na sociedade civil, apoiando direta ou indiretamente a luta pela
sua hegemonia.
III. LEGISLATIVO
• Eleger militantes do Partido-Classe.
• Unir temporariamente os partidos de mesma ideologia.
• Fazer alianças com partidos de ideologia oposta.
• Desmoralizar o Legislativo, mantendo privilégios, barganhas e a falta de espírito público.
• Criar leis para dar o respaldo às mudanças de usos, costumes e valores da nacionalidade brasileira.
• Obter o controle do Legislativo para conquistar o domínio da sociedade política (Estado), através do Partido-Classe.
• Enfraquecer o Legislativo como fiscal do Executivo.
• Submeter o Estado ao controle do Partido-Classe.
IV. JUDICIÁRIO
• Retardar ou impedir a modernização da estrutura do judiciário.
• Retardar ou impedir o aperfeiçoamento do funcionamento do judiciário.
• Estimular o corporativismo extremado na magistratura.
• Manter o magistrado afastado do povo e das suas necessidades.
• Difundir na sociedade civil as ideias de parcialidade, ineficiência e improbidade do judiciário.
• Desacreditar o judiciário perante as classes subalternas,
explorando a lentidão funcional e a corrupção e privilégios dos
magistrados como funcionários públicos.
• Aparelhar o judiciário.
V. ESCOLA
• Usar as universidades como refúgio ideológico.
• Buscar a hegemonia nos meios intelectuais.
• Construir nova massa de manobra, usando as universidades, a mídia e as editoras.
• Criar a geração revolucionária nas escolas do ensino médio.
• Usar professores da nova massa de manobra no ensino básico (fundamental e médio).
• Fortalecer o controle do sistema de ensino que não ensina a pensar, através do MEC.
• Apagar a memória do povo reescrevendo a história do Brasil para fatos e vultos nacionais relevantes.
• Mudar valores e princípios ético-morais (professores homossexuais
no ensino médio e fundamental, alterando a estrutura familiar).
• Enfraquecer a vontade nacional.
• Transformar a consciência nacional em consciência do partido político.
• Controlar escolas e universidades particulares através de sindicatos e com uma reforma universitária.
VI. FORÇAS ARMADAS
• Enfraquecer a união dos militares, afastando os militares da ativa dos militares inativos.
• Enfraquecer o «espírito de corpo», separando os oficiais generais da tropa.
• Introduzir, a curto prazo, o uso de drogas entre os militares.
• Disseminar, a médio prazo, o homossexualismo entre os militares.
• Preparar, a longo prazo, as gerações de chefes militares que
servirão ao governo, e não à pátria, modificando a grade curricular das
escolas de formação.
• Enfraquecer a credibilidade e a confiança da população nas forças armadas.
• Desestimular profissionalmente os militares que servem à pátria e não ao governo.
• Criar o ambiente em que os oficiais terão apenas a visão da expressão militar e não de todo o poder nacional.
• Enfraquecer o «espírito combativo», de fundamental importância no confronto bélico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O pensamento de Gramsci está sendo aplicado de forma dissimulada e
protegida pelas franquias da democracia, tornando difícil a sua
identificação.
Conhecendo o pensamento de Gramsci, as técnicas para a sua aplicação e
com uma análise paciente e detalhada da conjuntura nacional, chega a
ser surpreendente a infiltração do marxismo–gramscismo na sociedade
brasileira.
Encontrando Gramsci, a decisão sobre o que e como fazer é do descobridor.
Já é hora de deixarem de lutar por ideologias importadas, inadequadas
às características do brasileiro, que atendem a interesses estrangeiros
ao dificultarem o progresso do nosso país.