sábado, 12 de abril de 2014

Apreensão de documentos na Petrobrás preocupa o PT

A apreensão de documentos da Polícia Federal na Petrobras ontem foi recebida com preocupação pelo governo e pelo PT. 
Na avaliação de interlocutores presidenciais, o episódio dá munição à oposição: aumenta a pressão pela instalação de uma CPI sobre a empresa e reforça a imagem de que a estatal foi administrada de acordo com interesses políticos nos últimos anos. 
A oposição, PSDB à frente, tenta vincular Dilma Rousseff a supostas falhas em negócios da Petrobras. O objetivo é colar na presidente a imagem de má gestora. Na polêmica compra da refinaria de Pasadena, em 2006, a petista comandava o conselho de administração da companhia. 
Para a oposição, a segunda fase da Operação Lava Jato derruba os argumentos da base aliadado governo e reforça a necessidade de uma CPI para investigar a estatal. 
"É quase inacreditável a Polícia Federal invadir a sede da Petrobras. Mas só fez isso por causa dos fatos evidenciados. Se a CPI não for instalada, a população não perdoará os que a estão barrando", diz o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN). 

O Ministério da Justiça se apressou para explicar, ontem, que a polícia não chegou a fazer "busca e apreensão" no local, termo que sinaliza a captura de provas à revelia de alguém. Tanto que a PF foi instada pelo governo federal a emitir uma segunda nota à imprensa esclarecendo esse detalhe, acrescentando explicitamente a presidente da empresa, Graça Foster, "colaborou com os policiais". 
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) afirmou que a PF é "autônoma" para investigar suspeitas de corrupção na Petrobras. 

Desde o início do mês, a oposição tenta iniciar as investigações no Congresso, mas manobras da base aliada têm adiado a instalação de uma CPI. Quatro requerimentos já foram protocolados. Dois, da oposição, querem investigar só as denúncias contra a estatal. Os outros dois foram apresentados pelos parlamentares governistas e estendem as apurações para o cartel de trens e metrôs em São Paulo e para o Porto de Suape, em Pernambuco. 

O objetivo dos governistas é que as investigações respinguem nos prováveis adversários de Dilma, o senador Aécio Neves (PSDB) e o ex-governador Eduardo Campos (PSB).

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