Essa é a primeira vez que o partido de direita vence uma eleição de dimensão nacional na França.
Marine Le Pen (2014)
GENEBRA - O partido de direita na França saiu na frente nas eleições para o Parlamento Europeu, criando um terremoto político num dos países fundadores do bloco europeu e pede a dissolução da Assembleia Nacional francesa e a convocação de novas eleições. O partido Frente Nacional conseguiu 25% dos votos, segundo as primeiras estimativas publicadas na noite de hoje na França.
O partido de Marine Le Pen, superou os conservadores do UMP, que obtiveram 20,3%. O Partido Socialista do presidente François Hollande obteve apenas 14%. Essa é a primeira vez que o partido de direita vence uma eleição de dimensão nacional na França. "Um quarto dos franceses votou, lamentou Segolene Royal, ex-candidata a presidência na França pelo Partido Socialista. "Temos de repensar tudo, na França e na Europa".
Marine Le Pen não escondia sua satisfação e, em seu primeiro discurso, pediu a dissolução do Poder Legislativo francês e que Hollande "adote as medidas necessárias" diante dos resultados e que promova um parlamento "representativo". Em outras palavras, novas eleições nacionais. "O governo foi sancionado", declarou, classificando os partidos esquerdistas como "traidores".
"O povo soberano falou, como em todo o grande momento da história da França", disse Marine Le Pen. "O povo soberano disse que quer ter as rédeas de seu destino e não ser dirigido por alguém de fora", afirmou. "Essa é a primeira etapa de uma marcha para a liberdade, para que o povo se libere da austeridade e encontrar sua identidade", insistiu.
Em um discurso permeado por palavras como "pátria" e "liberdade" emocionou os ouvintes.
Sua campanha foi baseada em um tema: "Não à Bruxelas, sim à França". Nas últimas semanas, ela alertou que sua meta, se ganhasse, era "parar a maquina louca da UE". "Queremos bloquear qualquer transferência de soberania, recusar a ampliação da UE", insistiu. Ela não nega que a meta no médio prazo é pedir um referendo sobre a saída da França da UE.
A perspectiva é de um avanço importante da direita europeia, enquanto milhões de cidadãos mostram sua desilusão em relação às instituições europeias. A abstenção na França foi a segunda maior da história, com 57% da população que sequer foi às urnas.
No Reino Unido, o partido de direita também é indicado como o grande vencedor. Mesmo na Alemanha, onde a população praticamente não sofreu com a crise, partidos de direita poderão conseguir um assento no Parlamento Europeu.
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