domingo, 18 de maio de 2014

Terroristas do grupo Islâmico Boko Haram tentaram atacar três aldeias da Nigéria, mas a população enfrentou-os

Presidente Goodluck Jonhatan não trocará prisioneiros islamistas pelas estudantes, garante ministro britânico.
Os aldeãos formaram grupos de vigilantes para impedir possíveis ataques dos islamistas 

Os habitantes de três aldeias do Norte da Nigéria repeliram ataques do grupo islamista Boko Haram, diz a BBC, citando uma testemunha local. A mesma fonte disse que 200 terroristas do grupo foram mortos durante a luta em Kala-Balge, no estado de Borno.

A testemunha explicou que os aldeãos formaram grupos de vigilantes para impedir possíveis ataques dos islamistas que, em Abril, raptaram mais de 200 garotas de uma escola numa aldeia deste estado. As garotas foram, entretanto, mostradas num vídeo e 70% delas foram identificadas por familiares.

O Presidente Goodluck Jonathan declarou, há um ano, o estado de emergência em Borno e nos estados vizinhos de Adamawa e Yobe, num esforço para travar os Boko Haram, e estuda a possibilidade de prolongar esta medida durante mais seis meses.

O grupo armado pretende criar um Estado islâmico, regido pela sharia (lei islâmica) no Norte da Nigéria. Mas apesar do estado de emergência, os ataques do Boko Haram contra aldeias e vilas e contra estabelecimentos de ensino frequentados por garotas continuaram. 

Agora, Jonathan deu ordem a duas unidades do exército - e depois de muitas críticas devido à sua falta de reação ao rapto das garotas, o que levou a que pedisse ajuda aos Estados Unidos - para, em colaboração com especialistas americanos e franceses já no terreno, participarem na operação em curso para localizar as alunas raptadas.

Os islamistas propuseram trocá-las por membros do grupo presos. O Governo rejeitou a troca, porém disse estar disponível para negociar - numa posição pouco clara.

A possibilidade de trocar as estudantes pelos islamistas está fora de causa, afirmou à AFP Mark Simmonds, o membro do Governo britânico responsável pelos assuntos africanos. "Falei desta questão com o Presidente e ele disse-me muito claramente que não terá negociações com os Boko Haram que incluam essa troca", afirmou.

O Pentágono anunciou entretanto ter começado a utilizar drones Global Hawk sobre a Nigéria para procurar as adolescentes raptadas. Estes aparelhos não transportam armas, são usados apenas para vigilância e reconhecimento, a alta atitude, e podem cobrir diariamente uma área de 100.000 km2. Foram usados frequentemente no Afeganistão. Estes dados não estão ainda a ser partilhados com o Governo nigeriano, diz a AFP, pois Washington está ainda a trabalhar na elaboração de um acordo de partilha de dados com Abuja.

Entretanto, em Borno, um grupo de soldados abriu fogo sobre uma caravana militar que entrava no quartel em Maiduguri, a maior cidade da província. Os soldados estão insatisfeitos com os salários que recebem e com a falta de material adequado para enfrentarem os Boko Haram.

O major-general Chris Olukolade confirmou à BBC que o incidente aconteceu em Maiduguri, mas disse que o ataque se deveu a uma "questão interna" e que não há razão para a população se alarmar.

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