O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) suspendeu nesta quarta-feira (21) a propaganda partidária do PT que aprofundava o discurso do medo fazendo referência ao "fantasmas do passado", lançada para tentar alavancar a pré-candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição.
A decisão foi tomada pela ministra Laurita Vaz, atendendo a pedido do PSDB, e cabe recurso ao próprio tribunal. Na liminar (decisão provisória), a ministra afirmou que não ficou caracterizada propaganda antecipada, mas disse que a peça faz uma sinalização dissimulada em prol da continuidade do atual governo.
As imagens do comercial mostram brasileiros empregados, com acesso a remédios, estudo e lazer, em contraposição a pessoas desempregadas, passando fome e pedindo dinheiro em semáforos. Seriam os "fantasmas do passado", o título do comercial petista. A propaganda associa seus concorrentes a um retrocesso político e econômico.
Para o PSDB, a propaganda do PT teve o intuito "de influir no pleito de 2014, objetivando beneficiar a manutenção do PT no Poder Executivo Federal ao alavancar a candidatura à reeleição da presidente". Segundo os tucanos, a referência, na propaganda política do PT "ao passado" é uma menção implícita ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e, portanto, aos tucanos.
Produzido e dirigido pelo marqueteiro João Santana, responsável pelas eleições de Luiz Inácio Lula da Silva (2006) e de Dilma (2010), o comercial tem uma imagem com textura de película de cinema e produção esmerada -até uma chuva cenográfica é usada para mostrar uma pessoa desempregada e em busca de ocupação. Ao fundo, a trilha sonora tem tom fúnebre.
O locutor alerta: "Não podemos deixar que os fantasmas do passado voltem e levem tudo o que conseguimos" Ao final, diz: "Nosso emprego de hoje não pode voltar a ser o desemprego de ontem. Não podemos dar ouvidos a falsas promessas. O Brasil não quer voltar atrás".
A estratégia usada agora pelo PT guarda semelhança com a utilizada em 1998 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que tentava se reeleger e enfrentava dificuldades com sua taxa de popularidade e o estado geral da economia. Na TV, FHC falava de um "mundo turbulento" por causa da crise internacional daquela época.
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