sexta-feira, 11 de julho de 2014

D. As 10 maiores mentiras de Chomsky sobre a Guerra Contra o Terrorismo

10.

A mentira: “As potências europeias conquistaram boa parte do mundo com extrema brutalidade. Com as mais raras exceções, não foram atacadas por suas vítimas estrangeiras. Não surpreende, portanto, que a Europa deva estar completamente chocada com os crimes terroristas de 11 de Setembro.” [75]

A verdade: “As conquistas árabe-islâmicas incluem os territórios de Portugal, Espanha, Sardenha, Sicília, Creta, e regiões do sul da França e Itália. O Império Otomano tanto se expandiu até a Hungria e sul da Polônia, como por toda a Europa Central, incluindo territórios da Grécia, da antiga Iugoslávia, Romênia e Bulgária.” [76]

9.

A mentira: “No 11 de Setembro, o mundo reagiu com choque e horror, e simpatia pelas vítimas. Mas é importante ter em mente que, para grande parte do mundo, a reação foi outra: “bem-vindo ao clube”. Pela primeira vez na história, uma potência ocidental foi submetida a uma atrocidade desse tipo, algo tão familiar em outros lugares”. [77]

A verdade: As conquistas árabe-islâmicas na Europa envolveram inúmeras atrocidades. A agressão e terror nazistas mataram 200.000-250.000 civis na França, 200.000 civis na Holanda, mais de 150.000 civis na Grécia, 60.000 civis na Grã-Bretanha e muitos outros em toda a Europa Ocidental. [78]

8.

A mentira: “Para os Estados Unidos, esta é a primeira vez desde a Guerra de 1812 que o território nacional foi atacado, ou mesmo ameaçado. Muitos comentaristas o têm comparado a Pearl Harbor, no entanto isso é errôneo. Em 7 de dezembro de 1941, atacaram-se bases militares dos EUA em duas colônias, não em território nacional, o qual nunca se viu ameaçado.” [79]

A verdade: O Japão atacou Pearl Harbor no Havaí e Clark Field nas Filipinas. Ambos, Havaí e Filipinas, eram parte do território nacional. O Japão atacou também Guam, Wake, Kiska e Attu, todas parte do território nacional. [80]

7.

A mentira: “[Sobre] a rede de Bin Laden, duvido que alguém saiba melhor disso que a CIA, já que esta foi fundamental em ajudar a construí-la.” [81]

A verdade: As acusações de que os Estados Unidos criaram a rede de Bin Laden “não são suportadas pela evidência” (Peter Bergen). As acusações “não são verdadeiras” e os fundos da CIA “foram destinados exclusivamente aos grupos mujahideen afegãos, não aos voluntários árabes”. (Jason Burke) “Bin Laden estava “fora da vista da CIA” e “não há qualquer registro de contato direto” (Steve Coll). [82]

6.

A mentira: “Este é certamente um momento crucial: pela primeira vez na história as vítimas estão devolvendo o golpe à mãe pátria”. [83]

A verdade: Os terroristas islâmicos não foram “vítimas” dos EUA antes do 11 de Setembro: eles já haviam tentado matar 250.000 norte-americanos no World Trade Center e massacrado centenas em seus ataques a alvos americanos no Quênia, Tanzânia e em outros lugares. [84]

5.

A mentira: “[Os agressores] estão conduzindo enormes atrocidades em resposta às verdadeiras atrocidades pelas quais somos responsáveis e que ocorrem até hoje. Isso não importa muito aqui para nós, e praticamente ninguém no ocidente se preocupa. Mas isso não implica que para as vítimas não seja importante.” [85]

A verdade: Os terroristas praticaram seus ataques porque eram islâmicos fanáticos. [86] Outros atos de assassinato em massa foram cometidos por islamitas em países muçulmanos como Argélia, Egito, Indonésia, Irã e Sudão, e em não-muçulmanos, como Índia, Israel, Filipinas e Rússia.

4.

A mentira: “Os ataques terroristas foram grandes atrocidades. Na proporção que podem não atingir o nível de muitas outras, por exemplo, o bombardeio de Clinton ao Sudão sem nenhum pretexto crível, destruindo metade de sua indústria farmacêutica e matando um número desconhecido de pessoas (ninguém o sabe, porque os EUA impediram uma investigação na ONU e não há quem se preocupe em conduzi-la).” [87]

A verdade: Depois que a al-Qaeda destruiu as embaixadas norte-americanas no Quênia e na Tanzânia, matando centenas de pessoas, os EUA bombardearam uma suspeita fábrica de armas químicas no Sudão. O bombardeio foi realizado durante a noite, para que nenhum civil se ferisse. Um guarda de segurança morreu. A Anistia Internacional, o Human Rights Watch, Oxfam e o Médicos Sem Fronteiras tiveram liberdade para investigar os resultados; nenhum dos quais apontou que o bombardeio causou mortes em massa. [88]

3.

A mentira: “Muitos dos que conhecem bem as condições também duvidam da capacidade de Bin Laden de planejar aquela incrível operação sofisticada a partir de uma caverna em algum lugar do Afeganistão. É completamente possível que Bin Laden esteja dizendo a verdade quando diz que nada sabia da operação.” [89]

A verdade: Pouco depois do 11 de Setembro, Bin Laden disse que tinha conhecimento do plano e usara suas habilidades de engenharia civil para calcular quanto de dano os aviões infligiriam ao World Trade Center. [90] Os principais cabeças dos ataques de 11/9, Khalid Sheikh Mohammed e Ramzi Binalshibh, disseram que “executaram os voos suicidas com a aprovação de Bin Laden”. [91]

2.

A mentira: “A civilização ocidental está antecipando o morticínio de, façam as contas, 3-4 milhões de pessoas ou algo assim [no Afeganistão]... Parece que o que está acontecendo é uma espécie de genocídio silencioso... estamos em meio de aparentemente tentar assassinar 3 ou 4 milhões de pessoas...” [92]

A verdade: A UNICEF estima que evitar-se-ão todo ano as mortes de 112 mil crianças e 7.500 mulheres grávidas como um resultado da ocupação do Afeganistão pelos Estados Unidos. [93]

1.

A mentira: “É aceitável informar o “efeito colateral” dos erros de bombardeios, custo involuntário e inevitável da guerra, mas não a destruição consciente e deliberada de afegãos que perecem em silêncio, invisivelmente – não de propósito, mas porque isso não importa, [o que é] um nível mais profundo de depravação moral (...) As pessoas não morrem de fome instantaneamente. Podem sobreviver à base de raízes e ervas, e se crianças desnutridas morrem devido a doenças, quem procurará determinar quais fatores estão por trás disso?” [94]

A verdade: Os Estados Unidos foram o principal fornecedor de alimentos ao Afeganistão durante uma década, e, após o 11 de Setembro, proveu 2/3 da ajuda alimentícia, salvando o país da fome. [95] O embaixador global das Nações Unidas para a fome anunciou que “não há fome neste inverno no Afeganistão” graças “ao plano de ajuda humanitária sabiamente oferecido pela administração Bush”. [96] O chefe do Programa Mundial de Alimentação em Kabul disse que “está claro que uma possível fome foi evitada”. [97]

Referências

[75] 9-11 (Seven Stories Press, 2001), p12.
[76] Paul Fregosi, Jihad in the West: Muslim Conquests from the 7th to the 21st Centuries (Prometheus Books, 1998).
[77] “There’s Good Reason to Fear US,” Toronto Star, September 7, 2003.
[78] Peter Calvocoressi, John Wint and Guy Pritchard,  The Penguin History of the Second World War (rev. ed., Penguin, 1999), pp453, 577-8.
[79] 9-11 (Seven Stories Press, 2001), pp11-2.
[80] Ronald Spector,  Eagle Against the Sun: The American War With Japan  (Vintage Books, 1985), pp101, 178.
[81] Interview, Monthly Review, November 2001.
[82] Peter Bergen, Holy War, Inc. Inside the Secret World of Osama Bin Laden (Touchstone, 2002), p66; Jason Burke, Al-Qaeda: The True Story of Radical Islam (Penguin, 2003), p59; Steve Coll, Ghost Wars: The Secret History of the CIA, Afghanistan and Bin Laden, From the Soviet Invasion to September 10, 2001 (Penguin, 2004), p87.
[83] La Jornada, Mexico, September 15, 2001.
[84] Steve Coll, Ghost Wars: The Secret History of the CIA, Afghanistan and Bin Laden, From the Soviet Invasion to September 10, 2001 (Penguin, 2004), pp249-50, 404.
[85] La Jornada, Mexico, September 15, 2001.
[86] See e.g. Daniel Pipes, Militant Islam Reaches America (W.W. Norton & Co., 2002); David Cook, Understanding Jihad (University of California Press, 2005).
[87] “On the Bombings,” ZNet, September 11, 2001: http://www.zmag.org/chomnote.htm.
[88] Washington Post, August 21, 1998.
[89] 9-11 (Seven Stories Press, 2001), pp59-60.
[90] Jason Burke, Al-Qaeda: The True Story of Radical Islam (Penguin, 2003), p248.
[91] Sunday Times, UK, September 8, 2002.
[92] “The New War Against Terror,” Lecture, Massachusetts Institute of Technology, October 18, 2001.
[93] New York Times, February 1, 2002.
[94] Pirates and Emperors, Old and New (Pluto Press, 2002), p150.
[95] Los Angeles Times, January 4, 2002.
[96] Letters, Wall Street Journal, February 5, 2002.
[97] The Spectator, UK, November 30, 2002.

Um comentário:

  1. Já admirei muito esse mestre, que pena que ele está a serviço de forças estranhas, esquerdistas e sabe lá o quê.

    ResponderExcluir