terça-feira, 30 de setembro de 2014

Fraude eleitoral à vista?

Não há possibilidade de auditoria dos resultados diretamente nas urnas eletrônicas (Divulgação/TSE)

Até quinta-feira que vem, dia 2 de outubro, lobistas, grandes empresários e estrategistas de campanha terão a valiosa confirmação de quem tem chances efetivas de ganhar e perder a eleição presidencial brasileira. Os petistas nunca estiveram tão apreensivos, contrariando as pesquisas amestradas que apontam o triunfo reeleitoral de Dilma Rousseff. De acordo com essas enquetes, indutoras do voto, a Presidenta pode vencer até no primeiro turno! Isto é incrível!

Analistas com um mínimo de bom senso avaliam que a vitória fácil de Dilma logo no primeiro só é possível se houver fraude eleitoral. Seja pela manipulação do resultado em um sistema eletrônico de votação dogmático, sem chance de auditoria e recontagem impressa de voto – nem por amostragem. Ou pela costumeira e vergonhosa compra de votos nos grotões de pobreza, onde muitos eleitores fantasmas assombram o pleito, junto com outros que têm títulos eleitorais duplicados. Tal denúncia já foi feita, mas o País da piada pronta nada leva a sério.

Apesar da marketagem com a numerologia claramente manipulada das pesquisas, a eleição parece estar aberta, com a ligeira vantagem de Dilma Rousseff, que tem a máquina a favor dela e recursos financeiros sem fim para torrar na campanha – inclusive na compra de votos, “investimento” que varia de R$ 90 a R$ 120 reais por eleitor que se vende por grana ou outros favores clientelistas. Na esgotosfera eleitoreira, comenta-se, abertamente, que prefeitos de pequenos municípios que conseguirem juntar de três a cinco mil votos de cabresto ganham de presente até caminhonetes Hilux da Toyota…

Tirando os eleitores fanáticos ou os comprados por algum candidato, a maioria do eleitorado parece não confiar muito em nenhum dos presidenciáveis. A falta de opção eleitoralmente saudável é a tônica do pleito presidencial de 2014. Pelo menos 60% dos eleitores querem mudanças. Dilma tem um índice de reprovação superior a 50%. Sorte dela é a divisão da chamada “oposição” que segue uma linha ideológica muito parecida, “de esquerda” (ou de canhota), indo do socialismo à social democracia, porém variando no grau de demagogia, populismo e corrupção.

Resumindo, o quadro eleitoral e conjuntural é escatológico. O Brasil só “vai bem” na propaganda governamental. Os indicadores reais indicam que o País está prestes a encarar uma das mais graves crises econômicas da história. A indústria patina. O comércio exterior enfrenta dificuldades. Os lucros das empresas – excetuando-se as financeiras – diminui. O comércio interno se retrai. O crédito fica cada vez mais caro. O desemprego aumenta. A inadimplência cresce. A desesperada ortodoxia leva os juros a subirem. O câmbio fica volátil, e o real se desvaloriza. A bolsa oscila especulativamente. O tal do mercado endoida. A mídia amestrada reproduz bobagens. Ninguém entende porra nenhuma. Mas vota – mais errado que certo -, na ilusão de “mudança”.

Na república Sindicalista do Brazil, sob regime Capimunista, está valendo a lição do economista norte-americano Thomas Sowell, na obra “Is Reality Optional?: And Other Essays (1993, p. 131)”: “A primeira lição da economia é a escassez: nunca há o bastante de algo para satisfazer todos aqueles que o querem. A primeira lição da política é ignorar a primeira lição da economia”. Nossos políticos seguem isso com perfeição. O eleitorado apoia, comodamente… O político corrompe e o eleitor se deixa corromper. Eis o crime perfeito.

O mesmo Sowell, na obra “Barbarians Inside the Gates”, recomenda, com fina ironia: “Quando você quer ajudar as pessoas, conte a verdade. Quando você quer ajudar a si próprio, conte o que elas querem ouvir”. Em “Knowledge and Decisions” (1980, p. 334), o economista dá outro recado valioso à turma de Bruzundanga: “É incrível como algumas pessoas acham que nós não podemos pagar médicos, hospitais e medicamentos, mas pensam que nós podemos pagar por médicos, hospitais, medicamento e toda a burocracia governamental para administrar isso.”

A crise é ofensiva, e nós insistimos em jogar na defensiva. É alto o risco de perder de goleada. Como de mal costume, imitamos o cachorro que corre atrás do próprio rabo, chegando sempre em último lugar na competição imaginária. A tal recessão técnica, em um País que não cresce e se desenvolve como deveria e poderia, é a véspera de uma crise braba. Não temos poupança para crescer, e o empreendedor está nas mãos dos banqueiros – hábeis em lucrar emprestando o dinheiro dos outros e rolando a impagável dívida dos governos gastadores.

Os maus hábitos não se alteram. O Brasil gasta mais que arrecada. Aliás, bate recordes de arrecadação graças à carga tributária absurda. A contrapartida estatal em investimentos sociais e logísticos é sempre uma promessa descumprida pela incompetência e pela roubalheira. O tal do “custo Brasil” é altíssimo com a infraestrutura ruim e os 56 (ou mais) impostos que penalizam quem produz. Empreender neste cenário é maluquice. Pragmaticamente, parece mais fácil especular e roubar…

O cagaço do PT é por toda esta conjuntura doida. A cúpula petralha sabe que a vitória agora pode significar uma derrota depois. Acontece que, mesmo assim, a orientação tática é ganhar tempo e seguir aparelhando a máquina pública, sugando-a até onde e quando der. A ordem é não largar o osso. O azar deles é que a carne, apodrecida pela corrupção, começa a se desprender. E o núcleo de poder começa a se engolir, autofagicamente. Quando a Dilma promete que, se reeleita, vai combater a corrupção, ela manda um recado aos aliados de que vai se livrar de quem hoje a atrapalha…

Enquanto tudo isso acontece, os ocupantes do poder seguem caminhos divergentes. Uns, talvez mais idealistas e ideológicos, querem implantar no Brasil o socialismo bolivariano receitado pelo Foro de São Paulo: a velha fórmula comunista que não deu certo em lugar algum do planeta. Outros, mais pragmáticos, querem usar e abusar do poder estatal para enriquecer. Outros, mais realistas, querem o poder apenas para satisfazer suas vaidades. O futuro do Brasil e dos brasileiros, para todos eles, fica em plano secundaríssimo…

Por conveniência, a Dilma prefere encarar a prima Marina no segundo turno. Marina parece em queda, depois dos violentos ataques petistas. Aécio Neves é a dúvida: conseguirá melhorar o desempenho para enfrentar a Dilma no segundo turno. O jogo continua escancarado. Só na quinta-feira que vem os marketeiros e lobistas esperam ter uma previsão mais concreta do que acontecerá a partir do dia 5 de outubro… Segundo turno é outra eleição…

Assim seremos obrigados a comparecer às urnas eletrônicas, para a dedada fatal, no domingo que vem. O risco de fraude eleitoral é altíssimo. Todos farão de tudo para faturar a Presidência da República Capimunista do Brazil. Assim seremos obrigados a comparecer às urnas eletrônicas, para a inconfiável dedada fatal, no domingo que vem.

(In)segurança do voto eletrônico no Brasil

Vale muito a pena ler com atenção o artigo(In)segurança do voto eletrônico no Brasil, escrito por Diego Aranha, Marcelo Karam, André de Miranda e Felipe Scarel.

Foi publicado das páginas 117 a 133 dos Cadernos Adenauer XV – 2014, Número 1.

Os autores apresentam um conjunto de vulnerabilidades no software da urna eletrônica que permitiu a recuperação eficiente, exata e sem deixar vestígios dos votos em ordem registrados eletronicamente, derrotando o único mecanismo de proteção do sigilo do voto utilizado pelo software de votação.

Os especialistas apontam as vulnerabilidades e as recomendações para contorná-las, mas o Tribunal Superior Eleitoral, em uma visão incompreensivelmente dogmática, prefere recusar um debate público sobre o assunto, propagandeando a infalibilidade do sistema eletrônico de votação no Brasil.

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