O fim de semana que antecede o
primeiro turno da sucessão presidencial foi de enorme agitação nos comandos de
campanha dos três principais candidatos. E a razão para a tensão não foi a
agenda intensa. O que pautou toda a movimentação política das últimas 48 horas
foram os números de enquetes eleitorais feitas diariamente pelos partidos. Os
dados colhidos mostram a efetiva possibilidade de uma virada na reta final da
campanha.
Como já antecipava a pesquisa
ISTOÉ\Sensus divulgada na noite da sexta-feira 26, a candidata Marina Silva
(PSB) vem registrando uma enorme perda de votos, que começou em cidades de
médio porte e já chega aos grandes centros. Em direção inversa, o tucano Aécio
Neves apresenta crescimento constante e sustentável.
Segundo o levantamento
ISTOÉ\Sensus, os dois já estavam tecnicamente empatados na sexta-feira; Mariana
com 25% das intenções de voto e Aécio com 20,7%. No final de semana esse quadro
foi confirmado. Levantamento feito ontem pelo comando da campanha de Dilma
Rousseff mostra a presidenta com 38%, Marina com 23% e Aécio com 19%. No QG dos
tucanos os números levantados no final de semana apontam no mesmo sentido.
Pelos dados colhidos pelo PSDB, Dilma tem 37%, Marina 24% e Aécio 20%.
Entre os petistas os números são
vistos como um alerta. Durante a tarde, a presidenta se preparava para a
participação no debate na TV Record, mas chegou a interromper a programação
para tratar dos novos números. Os petistas, que já têm um projeto todo pronto
para o enfrentamento do segundo turno com Marina, começaram a acionar o plano
B. A maior parte dos líderes do PT e de partidos aliados acredita que se a
virada de Aécio se concretizar o senador mineiro será mais difícil de ser
abatido do que a candidata do PSB.
“Marina já entraria no segundo
turno praticamente derrotada. Suas contradições são tão gritantes que seria
difícil até mesmo para boa parte do PSDB fazer um apoio formal”, afirmou um
membro da executiva nacional do PT. Para os tucanos, os novos números são
traduzidos como o êxito de uma estratégia que está dando resultados: a maior
exposição do candidato nas capitais onde o partido está colhendo bons
resultados, principalmente em São Paulo.
No comando da campanha da Marina
a temperatura está bem acima da média. Nunca os membros do PSB e os da Rede (o
partido que Marina não conseguiu criar) estiveram tão divididos. E ambos além
de trocarem farpas cada vez mais públicas acabam responsabilizando uns aos
outros pela enorme perda de votos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário