Doença continua progredindo na África Ocidental
Foto tirada em 2 de setembro de 2014 mostra o mercado da cidade de Dolo, cerca de 60 km a leste de Monróvia, em quarentena como medida para conter a propagação do vírus ebola. A agência internacional Médicos Sem Fronteiras disse que o mundo está "perdendo a batalha" para conter ebola depois que a ONU alertou para a grave escassez de alimentos nos países mais atingidos. O vírus ebola, transmitido através do contato com fluidos corporais infectados, já matou mais de 1.500 pessoas em quatro países desde o início do ano - quase 700 delas na Libéria (Dominique Faget/AFP/Getty Images)
A presidente da organização humanitária internacional Médicos sem Fronteiras (MSF), Jeanne Liu, disse ontem (2) que o mundo está “perdendo a batalha” contra a epidemia do vírus ebola, que continua progredindo na África Ocidental.
“Em seis meses da pior epidemia de ebola da história, o mundo está perdendo a batalha. Os líderes não estão conseguindo travar esta ameaça transnacional”, disse Jeanne Liu, durante discurso nas Nações Unidas em Nova Iorque, divulgado pela organização humanitária.
“O anúncio da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 8 de agosto, de que a epidemia constituía uma ‘emergência de saúde pública de preocupação internacional’ não levou a uma ação decisiva e os estados uniram-se essencialmente numa coligação global de inatividade”, criticou a representante do MSF.
No mesmo discurso, Jeanne Liu pediu à comunidade internacional para financiar a instalação de mais camas para uma rede regional de hospitais de campanha, o envio de pessoal médico qualificado e a distribuição de laboratórios móveis na Guiné-Conacri, em Serra Leoa e na Libéria.
O vírus do ebola, para o qual não existe tratamento, nem vacina, causou, até 26 de agosto, mais de 1.500 mortes em 3.069 casos registados pela OMS. Destes casos, a Libéria registrou 694, a Guiné-Conacri 430, Serra Leoa 422 e a Nigéria seis.
A OMS indicou que a epidemia fez 31 vítimas na República Democrática do Congo, esclarecendo que a doença permanece circunscrita à região noroeste do país.