segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Aécio Neves dá arrancada e vai para segundo turno como grande força eleitoral

Aécio Neves, candidato presidencial pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), fala durante uma entrevista com correspondentes estrangeiros, na sede do partido, em Brasília, em 18 de dezembro de 2013. Segundo Neves, a população brasileira acredita que é tempo de mudanças no governo após 12 anos com o Partido dos Trabalhadores (PT) no poder. (Evaristo Sá/AFP/Getty Images)

Numa eleição marcada por uma reviravolta por semana, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, termina o primeiro turno com uma votação surpreendente.

A partir desta segunda-feira, o tucano segue na disputa contra a presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) numa eleição sem favoritos.

Com mais de 90% das urnas apuradas, a petista tem 41% dos votos válidos e o tucano, 34%. Marina Silva tem 21%.

O resultado confirmou o enfraquecimento da candidatura de Marina Silva (PSB), que entrou na campanha como um furacão, mas sai dela com capital eleitoral similar ao que amealhou em 2010, quando marcou 19% nas urnas, ou quase 20 milhões de votos.

Ainda assim, o apoio da ex-senadora no segundo turno deve ser um fator decisivo no desfecho da disputa. Alvo da máquina de propaganda petista, que trabalhou à exaustão para desconstruir sua imagem, Marina é cortejada pelo PSDB.

Já neste domingo, tucanos iniciaram conversas com dirigentes de sua campanha. Mas há obstáculos para que uma aliança se consolide. Marina pode se ver tentada a repetir a estratégia de 2010, quando se manteve neutra no segundo turno — e assim preservar seu discurso contra a “velha política”, tendo em vista a formação de seu partido, a Rede Sustentabilidade, que já reúne todos os requisitos formais para ser registrado.

Do lado do PSB, uma ala ligada ao PT, capitaneada pelo presidente interino da sigla, Roberto Amaral, pode também tentar barrar um acordo entre as duas candidaturas de oposição.

Os tucanos, entretanto, apostam na memória da boa relação que Aécio tinha com o ex-governador Eduardo Campos, morto numa tragédia aérea em agosto.

A viúva de Campos, Renata, deve ser uma interlocutora importante para que haja uma amarração. Há também alinhamento entre tucanos e pessebistas em Estados como São Paulo e Paraná.

Outros fatores podem influenciar na disputa: o apoio dos governadores eleitos, que disponibilizarão palanques vitoriosos na corrida local; a reação do mercado financeiro e a artilharia da máquina da propaganda petista – a repetição do terrorismo eleitoral que deu certo contra Marina espalhando boatos, por exemplo, sobre o fim do Bolsa Família se o PT perder a eleição.

O segundo turno ocorrerá no próximo dia 26 – até lá, Dilma e Aécio terão doze programas eleitorais na televisão com duração idêntica de dez minutos cada.

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