Todos os dias, blogueiros, repórteres, jornalistas e demais formadores de opinião críticos dos governos dos países da América Latina são perseguidos e trucidados, tanto por lado A quanto por lado B. Os radicais que pululam dos dois lados só são amigos quando se fala o que querem. Mas, quando surge algo mais sentato ou crítico realista, logo vem os 'leitores e militantes da inquisição ideológico-partidária'.
Atualmente, por uma questão de 'quem está no poder', quem mais persegue e queima nas fogueiras de ódio das redes sociais, os críticos dos governos são os fakes, os 'derrubadores' de páginas', enfim, a militância paga, esse vermes que ficam 24 horas por dia aprontando em prol dos corruptos nas redes sociais.
ARGENTINA E O GOVERNO CORRUPTO
Após deixar a Argentina no sábado (24), o jornalista judeu Damián Pachter, do “Buenos Aires Herald”, publicou um artigo no site de notícias “Haaretz” em que detalha sua fuga de Buenos Aires para Tel Aviv, em Israel.
No texto, o jornalista afirma que estava sendo perseguido na Argentina e correndo risco de morte, após ser o primeiro a noticiar no último domingo (18) a morte do promotor Alberto Nisman.
O promotor foi encontrado morto em sua casa, em circunstâncias ainda desconhecidas, com um tiro na cabeça, poucos dias depois de ter denunciado a presidente Cristina Kirchner e vários de seus colaboradores por uma suposta tentativa de acobertar terroristas iranianos. Eles teriam sido responsáveis pelo ataque contra a associação israelita Amia, em 1994, em que 85 pessoas morreram.
Segundo seu relato, publicado neste domingo (25), Pachter deixou Buenos Aires de ônibus rumo a outra cidade na Argentina. Voltou em seguida para a capital argentina e depois partiu de avião para Montevidéu, no Uruguai, e em seguida para Madri, na Espanha, de onde finalmente partiu para Israel - país onde nasceu.
“Argentina se tornou um lugar escuro liderado por um sistema político corrupto. Eu ainda não me dei conta de tudo que aconteceu comigo nas últimas 48 horas. Eu nunca imaginei que meu retorno para Israel seria assim”, diz o jornalista no texto.
“Eu não tenho ideia de quando vou voltar para a Argentina, eu nem sei se quero. O que eu sei é que o país em que eu nasci (Israel) não é o lugar feliz sobre o qual meus avós judeus me contavam histórias.”
Em seguida, o jornalista afirma que o governo argentino está publicando informações erradas sobre ele nas redes sociais. “O Twitter da Casa Rosada, o palácio presidencial argentino, postou os detalhes do bilhete aéreo que eu comprei, e alegou que eu pretendo voltar para a Argentina em 2 de fevereiro – em outras palavras, que eu não tinha realmente fugido do país. De fato, minha data de retorno é 2 de dezembro.”
Argentina se tornou um lugar liderado por um sistema político corrupto. Ainda não me dei conta de tudo que aconteceu comigo nas últimas 48 horas. Nunca imaginei que meu retorno para Israel seria assim"
Damián Pachter, jornalista
'Perseguição'
Patcher conta que, na sexta-feira (23), um jornalista da BBC o informou que a agência estatal de notícias havia publicado uma nova reportagem sobre a morte de Nisman. "O texto tinha alguns erros graves mas a mensagem era ainda mais estranha: a agência citou um suposto tweet meu que eu nunca escrevi", diz o jornalista sobre o que motivou o início de sua fuga.
"Eu fiquei com raiva, dizendo, em meio a palavrões: 'eu vou twittar isso e eles vão ver'. Mas esperei alguns minutos para esfriar a cabeça e percebi que aquele tweet era uma espécie de mensagem codificada."
Foi quando o jornalista decidiu deixar Buenos Aires de ônibus para uma cidade cujo nome não revelou. Patcher alega também ter sido perseguido no local. "Eu estava sentado ali por cerca de duas horas quando uma pessoa muito estranha se aproximou. Ele usava calça e jaquetas jeans e óculos de sol Ray-Ban. Eu o notei imediatamente mas fiquei onde estava. Ele estava sentado a duas mesas de distância", relata ele.
Em seguida, o jornalista conta que um amigo com quem havia falado antes por telefone chegou ao local e disse: "Você está sob vigilância. Não notou o cara da inteligência atrás de você?". "E então eu tive que considerar a melhor coisa a fazer", continua Patcher. "Porque quando um agente da inteligência da Argentina está atrás de você, nunca é por boas notícias. Ele não queria apenas tomar um café comigo, com certeza." (Fonte: informações de G1 e BBC)