Putin é tão dissimulado que chega a ir numa reunião com líderes mundiais e diz que fará todo o esforço necessário para acabar com os combates na Ucrânia, mas nem bem termina a reunião que anuncia o Cessar-fogo e o pau continua comendo.
Poucas horas antes da entrada em vigor de um cessar-fogo negociado pelos líderes da Rússia, Ucrânia, França e Alemanha, os combates entre forças do governo e separatitas continuam intensos na Ucrânia.
A cidade de Debaltseve está em chamas, sofrendo bombardeio pesado de forças separatistas.
A embaixada americana na Ucrânia divulgou fotos de satélite que mostram artilharia russa posicionada próximo à cidade.
Kiev acusa Moscou de apoiar os rebeldes com armas e tropas, mas a informação é negada pelo governo russo.
Também há informações de combates em Mariupol e explosões no em Donetsk, onde estão sediados os separatistas.
O acordo de paz firmado nesta semana em Kiev prevê que um cessar fogo entre em vigor à meia noite deste sábado (20h de Brasília).
Acordo
Mas caso o tratado seja levado adiante, quem será o maior beneficiado? Os separatistas e a Rússia? Ou a Ucrânia?
Em teoria o acordo dá uma vantagem tática imediata aos rebeldes - à Rússia, por consequência.
Pelo tratado, os rebeldes têm que fazer sua retirada da frente de batalha a partir da linha de cessar-fogo definida em um acordo anterior, de setembro do ano passado.
Já as forças ucranianas têm que retrair a partir da linha de frente que controlam atualmente.
Isso quer dizer que o exército ucraniano terá que aceitar se retirar do território pelo qual vinha lutando, frente ao avanço rebelde ocorrido nos últimos meses.
O presidente ucraniano Petro Poroshenko afirmou que esse não foi o único ponto do acordo no qual suas demandas não foram totalmente atendidas.
Ele também havia requisitado um cessar-fogo imediato – mas o que ocorreu foi uma intensificação dos combates até a entrada em vigor da trégua, dois dias depois da assinatura do acordo.
Kiev também queria o compromisso de que todas as tropas estrangeiras fossem retiradas da região. Isso está no texto do tratado, mas será que o presidente Vladimir Putin se comprometerá com esse ponto, uma vez que Moscou nega que suas forças ou armamentos estejam em território ucraniano?
E embora esteja previsto que a Ucrânia retome o controle de suas fronteiras com a Rússia – uma demanda chave, para impedir a entrada de armamentos russos no país – isso não deve acontecer antes do fim de 201,5 e sob certas condições.
Primeiro, uma nova Constituição ucraniana deve entrar em vigor. Ela terá que dar às regiões rebeldes o direito de formar suas próprias forças policiais, apontar seus juízes e realizar comércio internacional com a Rússia. (Informações de BBC)