Caros amigos
Foi simplesmente ridícula e sem conteúdo a
“apresentação” dos ministros Miguel Rossetto e José Eduardo Cardozo,
dando resposta à estrondosa manifestação da sociedade em repúdio ao
governo que representam e ao partido que os abriga.
Tiveram o caradurismo de anunciar, de
boca cheia, que a governanta Dilma Rousseff está para anunciar “firmes
medidas” de combate à corrupção. Logo ela, cuja inclusão entre os
denunciados do mais escabroso caso de desvio de recursos públicos da
história é, aparentemente, apenas uma questão de tempo.
Por outro lado, as “medidas” a serem
anunciadas dificilmente atenderão às expectativas da população, já que
serão o mesmo que aceitar as sugestões de uma raposa para prevenir o
roubo dos ovos e das galinhas do galinheiro!
Os jograis da corte petista tentaram
ainda encantar a plateia com a cantilena do “diálogo com a sociedade”.
Mas a que tipo de diálogo estará disposto um governo que ameaça a
sociedade com a violência de um “exército” como o do Stédile e que tem
como modelo e meta a democracia bolivariana, praticada “até a demasia”,
por Nicolás Maduro, na Venezuela?
No último domingo, o mundo assistiu à
maior demonstração de repúdio a um governo jamais vista em Terras de
Santa Cruz, no entanto, para o divertido Sr Rossetto, os protestos,
embora legítimos, envolveram apenas as pessoas que não votaram em Dilma,
o que, pelo gigantismo do efetivo envolvido, em comparação com a
infimidade do grupo de mercenários reunidos dois dias antes para
apoiá-la, permite associar a afirmação à suspeita de que tenha realmente
havido fraude na eleição que a manteve no poder!
Para o prestidigitador Rossetto, são ilegítimos o golpismo, a intolerância e o impeachment que, agora,
agridem a democracia, todavia, se perguntado sobre a legitimidade de
outros movimentos, tipo “Fora Collor” ou “Fora FHC”, liderados por seu
partido, obviamente, pela rapidez da manipulação retórica, burlando a
atenção da coerência, afirmaria o contrário.
Cardozo, no papel de “porquinho bufão”,
elogiou, admirado, vis-à-vis do comportamento antagônico registrado nos
movimentos do seu partido e do “exército de gafanhotos” do Stédile, a
legalidade e o respeito com que foram realizadas as manifestações que o
levaram, às pressas, à presença da apreensiva governanta, para “bolar”
um roteiro para a patética “performance” que ele e seu parceiro de
ministério desempenharam na tarde de domingo.
Contrariando seu “dupla”, o Sr Cardozo
afirmou que o Brasil está muito longe de golpismos e que o governo está
atento e disposto a ouvir a voz das ruas e o som das panelas, em
contraste, segundo ele, com a cultura adquirida no período dos governos
militares, há cinquenta anos, esquecendo (?) de comparar a liberdade de
opinião, ainda existente no Brasil, à truculência do modelo
venezuelano que eles querem ver implementado por aqui.
Referindo-se à corrupção na Petrobras,
largamente denunciada no Movimento Cívico de 15 de Março, em invejável
ousadia, o acrobata das palavras, José Eduardo Cardozo, atribuiu ao
governo, claramente envolvido e beneficiado pelo esquema, a
responsabilidade pela “descoberta” da artimanha!
Chamou o sistema político-eleitoral
vigente de porta de entrada para a corrupção no país. Obviamente que o
fez com conhecimento de causa, porquanto foi por ela que o seu partido
entrou, ficou e tornou exponencial o dreno dos recursos públicos que
hoje são encontrados em todos o paraísos fiscais conhecidos e
desconhecidos.
Se agora, que a vaca tossiu e está indo
para o brejo, o governo está atento e disposto a ouvir a voz das ruas,
aqui vai uma sugestão clara, precisa e concisa como devem ser os bons
conselhos:
“Colaborem com as
investigações em curso na Justiça e no Parlamento e revelem os crimes
eleitorais e de corrupção de que têm conhecimento. Renunciem a seus
cargos e respondam pelo que fizeram ou deixaram de fazer. Revelem o que
sabem sobre a participação do seu “guia espiritual”, Sr Lula da Silva, e
da sua (dele) afilhada, Dilma Rousseff, nos ilícitos investigados e
saiam, todos juntos, da vida pública nacional com o benefício da delação
premiada”
Gen Bda Paulo Chagas
(*) Jogral, o mesmo que
divertido, burlesco ou risível, era o artista profissional que tanto
atuava nas praças públicas, divertindo o público, assim como nos
palácios senhoriais, neste caso assumindo o papel de bufão. Ganhavam a
vida atuando perante o público, para recreá-lo com charlatanices ou com
prestidigitações, acrobacias e mímicas.
https://genpaulochagas.wordpress.com/