quarta-feira, 10 de junho de 2015

O US$ 1,2 bilhão para uma estrada no Peru e a falsa transparência no BNDES

Transparência de faz de contas?

Nos últimos dias, a velha mídia aliada do desgoverno bolivariano tem publicado em tudo quanto é canto que o BNDES resolveu ser transparente. Mas, onde? Onde estão as informações verdadeiramente relevantes, que o povo tem o direito de saber?

Para onde foram os R$ 500 bilhões repassados do governo ao BNDES? A quem emprestaram? Com que autorização? Quais as condições impostos para os ditos cujos 'empréstimos'? Quem já devolveu? Quando terminarão de devolver? Quanto de juro será cobrado dos devedores? Quem já deu calote? Quais as medidas que serão tomadas contra os caloteiros? E, principalmente, qual a relevância de emprestar/investir a/em outros países enquanto o Brasil capenga?

Tudo isso, não foi respondido ainda e talvez nem seja, dentro dessa falta transparência pregada pelo governo sobre o BNDES. Estamos todos de olho!

ESTRADA NO PERU?

***Não importa a latitude, o método é igual. O BRIO apurou que, em 2005, a construção da estrada Interoceânica Sul, no Peru, foi estimada em cerca de 800 milhões de dólares. Três anos depois, o valor aumentou para 1,3 bilhão de dólares e, em março de 2015, atingiu 2,2 bilhões de dólares. O orçamento da obra financiada em boa parte pelo BNDES triplicou com as mudanças reiteradas dos contratos. Ao todo, foram 22 aditivos.

Empreiteiras brasileiras venceram as licitações para fazer as obras de três seções da estrada. A Odebrecht, que forma consórcio com as peruanas Graña y Montero y JJ Camet e Ingenieros Civiles y Contratistas, ficou com dois trechos e a Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, do consórcio Intersur, ficaram com um.

Os saltos mais altos ocorreram -- surpresa, surpresa -- nos trechos construídos pelas empreiteiras envolvidas na Lava Jato, financiadas pelo BNDES. Na seção 2, do consórcio liderado pela Odebrecht, o custo aumentou 207%, de 213 milhões de dólares para 612 milhões de dólares. Na seção 3, também a cargo da Odebrecht, o custo inchou em 105%, saindo de 294 milhões de dólares para 602 mihões de dólares. No trecho 4, liderado por Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, o aumento foi de 237% -- de 198 milhões de dólares para 667 milhões de dólares.

O BRIO trará vários documentos sobre essa canalhice. Durante a Operação Castelo de Areia, por exemplo, a Polícia Federal apreendeu na Camargo Corrêa documentos relativos à construção da Interoceânica. Um deles era uma planilha com o título "Previsão de Capilés Tramo IV -- Interoceânica". Segundo os policiais, o total de "capilés" pagos pela Camargo Corrêa no Peru (com dinheiro do BNDES, acrescentamos nós) seria de mais de 6 milhões de dólares. ***(O Antagonista)

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