No último ano da disputa pela presidência, três candidatos estiveram na liderança e consultorias erraram ao
prever ampla vitória dos esquerdistas kirchnerista; agora elas indicam vantagem da DIREITA.
“Seria a primeira derrota de um governo esquerdista na região, desde o triunfo do ditador Hugo Chávez em 1998. Seria a quebra da frente de seis governos sul-americanos que querem implantar o comunismo na América latina.
O candidato da direita à presidência argentina, Mauricio Macri, votará hoje em Buenos Aires com um dilema.
Torcerá para que estejam corretas pesquisas de opinião que o apontam como favorito e há três semanas o colocavam como azarão diante
a seu rival, o esquerdista Daniel Scioli.
Daniel Scioli e Mauricio Macri
No primeiro turno, Macri obteve 34,1% dos votos, ante 37% do adversário, uma margem que nem a sondagem mais otimista da coalizão
de direita que ele representa previu. Scioli, o candidato indicado por Cristina Kirchner para ser seu substituto esperava alcançar 40% e
abrir 10 pontos sobre o segundo colocado para ganhar logo. A diferença pequena inverteu as expectativas de triunfo.
Nas três últimas semanas, todas consultorias, até as mais ligadas ao kirchnerismo, deram vantagem ao direitista, que governa a
capital argentina há oito anos. A diferença varia de 3 a 15 pontos. “Parece um triunfo assegurado, ainda que isso dependa dos indecisos,
do número de eleitores e de onde haverá maior abstenção”, disse a imprensa Mariel Fornoni, diretora da consultoria Management & Fit.
A participação por região importa. O kirchnerismo domina o norte, o nordeste e o sul, áreas mais pobres, mais dependentes do Estado e
menos povoadas. Macri atrai eleitores das maiores cidades: Buenos Aires, Córdoba, Rosário e Mendoza. Elas estão em zona ricas, ligadas
ao turismo, à indústria automobilista ou à agropecuária.
A maior surpresa da coalizão de direita no primeiro turno foi tirar do peronismo, após 28 anos, o governo da Província de Buenos Aires,
administrada por Scioli há 8 anos. Uma reação governista depende da remobilização dos moradores dessa província, que tem 37% do
eleitorado do país e inclui a área metropolitana de Buenos Aires.
Ele encerrou sua campanha no município mais populoso da região, La
Matanza, com 2 milhões de habitantes.