Marina não vê “elementos técnicos'' para impeachment
A Rede Sustentabilidade, partido político esquerdista recém-criado por Marina Silva, posicionou-se contra o impeachment de Dilma Rousseff.
O partido defenderá, entretanto, a continuação da investigação conduzida pelo Tribunal Superior Eleitoral, que apura suspeitas de abusos de poder político e econômico cometidos pela presidente Dilma Rousseff e seu vice, Michel Temer, na disputa de 2014.
O posicionamento da Rede deve ser oficializado em nota oficial da legenda.
“Pelos fatos apresentados até o momento, não se encontram presentes os elementos necessários para o impeachment. A Rede acredita que a Justiça é o melhor caminho e defende o aprofundamento das investigações e o avanço de todas as ações no Judiciário, livre de chantagens e ameaças'', disse o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) e petista.
Segundo dirigentes da sigla, que tem 5 deputados federais e 1 senador, pesou na decisão a posição pessoal da ex-senadora Marina Silva. Para ela, não existem “elementos técnicos e jurídicos” que embasem o pedido de afastamento de Dilma. Da mesma forma, a maior parte da Comissão Executiva Nacional da Rede entendeu que não há dados que justifiquem o impeachment.
Há algumas divergências entre os dirigentes da sigla. Parte da Rede queria que a legenda apoiasse o afastamento da presidente. Houve também quem defendesse a renúncia de Dilma. Integrantes da Rede ouvidos pelo Blog acrescentam que a decisão é “provisória'' e “pode mudar'' conforme a evolução do cenário. A Rede também pretende ouvir militantes sobre o assunto nos próximos dias.
O documento oficial trata de maneira crítica as ações protagonizadas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e pelo governo petista. A Rede também ataca o governo do PT, apontado como causador da crise política e econômica atual.