Plano de migração cria massiva desestabilização social, econômica e política: Turquia, Holanda e Grécia são os mais afetados, mas não os únicos.
Maioria dos refugiados são homens em idade militar
As autoridades turcas acusam a Rússia de ter criado mais de 30.000 refugiados que estão agora estacionados perto da fronteira turca, disse o primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu. Os refugiados fogem dos fortes ataques da Rússia às posições do grupo terrorista ISIS. A Turquia admitiu em conferência de imprensa com Angela Merkel que vai albergar os "irmão sírios, se necessário". Mas advertiu que não quer ser o único país a albergar o massivo influxo de islâmicos que alegadamente fogem da guerra. Para isso, Angela Merkel esteve em conversações com o governo turco para albergar mais migrantes.
A Turquia (da NATO) atribui a responsabilidade à Rússia pela criação de refugiados, mas a Rússia apenas combate o ISIS na Síria e as declarações turcas são vistas como mais um episódio na já estabelecida guerra fria entre Ancara e Moscovo. Não é por acaso que o governo turco vai obter da União Europeia a espantosa soma de 3 biliões de euros para acudir ao plano de migração entre a Turquia e a Europa, principalmente através da Alemanha, "com quem continua a cooperar, para tornar a agência de fronteiras europeia (Frontex) mais eficiente", concluiu Ahmet Davutoglu.
Entretanto, a Holanda continua a apertar a vigilância de fronteiras para enfrentar o plano da massiva migração que está a devastar a Europa, disse o secretário de estado do governo holandês, Ahmet Davutoglu. O governo holandês está a tentar separar o trigo do joio, impedindo que refugiados elegíveis sejam "infectados" por migrantes pouco credíveis, oportunistas e até criminosos. Assim, a Holanda criou patrulhas móveis que estão espalhadas nas auto-estradas e caminhos-de-ferro para vigiar a migração. "Estas medidas foram importantes”, disse Dijkhoff, “mas não impediram a eliminação total de assaltantes e oportunistas que circulam entre a vaga de migrantes". Atualmente, a Holanda está em reversão da sua generosa política de acolhimento de migração, precisamente porque grande parte dos refugiados são apenas migração econômica (unicamente para obter benefícios dos sistemas de segurança social).
A Holanda quer uma solução com a Grécia e a Turquia para fechar fronteiras, mas a política da União Europeia não o permite, "pelo que tivemos de tomar as nossas próprias medidas", disse Dijkhoff.
Importantes convulsões estão também a acontecer na Grécia: o povo grego está cada vez mais descontente com os planos do governo em construir campos de refugiados. Habitantes da ilha de Aegan manifestaram-se violentamente contra a polícia e tentaram bloquear a construção de um campo de controle de refugiados na ilha. Também em Atenas e Salónica houve manifestantes que tentaram impedir os projetos do governo de Tsipras para a construção de campos de "refugiados em trânsito". Os protestos são atribuídos ao Golden Dawn, um influente partido de extrema direita, mas o facto é que esta resistência está a acolher um apoio de cada vez mais generalizado dos gregos.
O objectivo do governo grego é construir uma rede de campos de migrantes - projeto co-criado com a União Europeia - para a Grécia garantir o controle da fronteiras da Turquia com a Europa nas ilhas de Lesbos, Samos, Kos, Chios e Leros. Mas os habitantes de Kos alegam que a construção de um campo de refugiados vai arruinar a sua economia dominantemente apoiada no turismo. O resultado têm sido confrontos entre a população e a polícia, onde já houve pelo menos 5 feridos e onde a polícia fala mesmo em manifestantes armados com dinamite. O Presidente da Câmara de Kos, Giorgos Kyritsis, contactou Tsipras para tentar demovê-lo dos seus planos.
A União Europeia encarregou a Grécia de construir zonas de filtragem da migração para detectar quais os migrantes elegíveis e separar os refugiados de guerra dos refugiados econômicos. O processo não tem sido pacífico. Mas o Ministro da Defesa grego, Panos Kammenos, garantiu que a Grécia vai construir os campos, enfrentando os protestos e cumprir a palavra dada à UE.