terça-feira, 13 de setembro de 2016

Câmara retira mandato de Eduardo Cunha por 450 votos

Deputado teve apenas dez votos em sua defesa; parlamentar já perdeu mandato

Apenas dez votaram para que o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) continuasse como parlamentar.
O plenário da Câmara dos Deputados em peso votou nesta segunda-feira, 12, para que ele tenha o mandato cassado e seja extirpado da vida pública até 2027.

O deputado acompanhou a votação dentro do plenário, olho no olho dos demais parlamentares.
O voto de 450 a favor, 10 contra e 9 abstenções selou o futuro do ex-presidente da Câmara, que já estava afastado da casa de leis.

Ele é suspeito de cometer vários crimes contra o erário, como evasão de divisas e corrupção.

Cunha foi determinante no processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), pois deu andamento ao pedido de Helio Bicudo, Janaína Pascoal e Miguel Reale Júnior quando tinha o poder de arquivar o pedido.

Mas na troca de tiros saiu ferido: a Procuradoria Federal o acertou com várias acusações, como gastos de dinheiro público em regalias na Europa e patrocínio de uma casamento da filha com R$ 400 mil em dinheiro.

Ferido, o parlamentar perambulou na Câmara até cair com uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que o afastou da casa de leis.

O processo de Cunha se arrastava no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados desde junho de 2015.
A partir de agora, Eduardo Cunha torna-se inelegível por dez anos: dois da atual legislatura e oito, conforme prevê a legislação.

FORA, CUNHA!

A sessão começou às 19h e se encerreou às 00h15 com berros de “Fora, Cunha”.

A defesa de Cunha disse que ele não mentiu quanto a existência de contas no exterior em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Mas se mentiu, o crime seria de menor gravidade.
Já a acusação disse que Cunha faltou com a ética e o decoro parlamentar ao mentir e tentar procrastinar o processo.

A queda foi bem do alto.

A Justiça Federal pode a qualquer momento pedir a prisão de Eduardo Cunha, de sua mulher e de sua filha, suspeitas de utilizarem recursos públicos e de esconderem patrimônio no exterior.

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