Surpresa nas eleições americanas contrariou as previsões
Trump (direita) venceu Hillary (esquerda)
O republicano Donald Trump será o 45º presidente dos EUA
Ao atingir 276 x 218, é oficializado o anúncio do novo presidente da nação mais poderosa do planeta que lançou um emocionante discurso de agradecimento.
Trump contraria previsões e é eleito presidente dos Estados Unidos
Magnata, que prometeu construir um muro na fronteira com o México, expulsar imigrantes ilegais e proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos, será o 45º presidente do país após derrotar a democrata Hillary Clinton
NOVA YORK – O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, o magnata Donald Trump, surpreendeu a maioria dos prognósticos e foi eleito o 45º presidente do país na madrugada desta quarta-feira, 9. Ele contou com um bom desempenho em Estados-chave como Flórida e Ohio e vitórias surpreendentes em Michigan e Wisconsin para tirar os democratas da presidência. De acordo com projeções às 5h30, Trump conquistou o Estado de Wisconsin chegando a 276 delegados – 6 a mais do que os 270 necessários para ser eleito – contra 218 de Hillary.
Pouco antes da confirmação da eleição de Trump o diretor de campanha de Hillary Clinton, John Podesta, discursou para os apoiadores da democrata que acompanhavam a apuração no QG montado pelo partido em Manhattan e afirmou que ela não faria nenhum discurso nesta madrugada, adiando para quarta-feira o reconhecimento da derrota. “Não teremos nada para dizer nesta noite (madrugada de quarta-feira no Brasil). Então me escutem: todos deveriam ir para casa e dormir. Teremos mais para falar amanhã”, disse Podesta.
O resultado da eleição deve provocar profunda mudanças nos Estados Unidos. Ao longo da campanha, sob o lema de “fazer a América grande outra vez”, o magnata prometeu construir um muro na fronteira com o México, expulsar imigrantes ilegais e proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos.
Além disso, Trump se mostrou favorável a isolar os Estados Unidos no cenário global, dando às costas a acordos comerciais e parcerias militares como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Apesar disso, o candidato se mostrou favorável a uma reaproximação com a Rússia de Vladimir Putin.
Ao longo da campanha, Trump recebeu apoio de ícones da extrema direita americana, como David Duke – ligado à Ku Klux Klan, entidade racista do sul dos EUA – e a milícias de extrema direita. O candidato também prometeu prender Hillary caso assuma a Casa Branca.
Com discursos centrados nas frustrações e inseguranças dos americanos num mundo em mutação, tornou-se a voz da mudança para milhões deles. E ele fez explodir um Partido Republicano com dificuldades para entender seus eleitores e incapaz de encontrar um modo de parar o tornado Trump.
A reação prévia do mercado financeiro mostrou pânico
O presidente eleito mostra-se radical em alguns pontos e o mercado aguarda…
O índice Dow Jones, principal indicador do mercado americano, caiu 500 pontos, ou quase 3%, queda similar à das bolsas asiáticas.
A Bolsa de Tóquio chegou a cair nesta quarta-feira mais de 2% devido ao nervosismo gerado pela vantagem que o magnata abriu sobre a ex-secretária de Estado em vários estados considerados chave neste pleito.
O seletivo Nikkei caía 2,23%, para 16.788,90 pontos, por volta da metade do pregão. O Topix, segundo principal indicador, recuava 2,26%, para 1.332,64 pontos.
A bolsa havia aberto com números positivos, seguindo os passos de Wall Street na véspera e confiante em uma vitória de Hillary Clinton.