Muçulmano de 52 anos recebeu ao nascer o nome de Adrian Russell Ajao. Ele é visto por especialistas como 'ameaça caseira' à segurança.
Polícia divulgou foto de Khalid Masood, que promoveu um ataque perto do Parlamento britânico, em Londres, na quarta-feira (24) (Foto: Metropolitan Police / AFP)
Khalid Masood, apontado como o autor do ataque em Westminster, em Londres, costumava utilizar vários nomes. O britânico de 52 anos recebeu ao nascer o nome de Adrian Russell Ajao, mas a polícia afirma que ele também era conhecido como Adrian Elms. Ele provocou a morte de quatro pessoas antes de ser abatido pela polícia na tarde quarta-feira (22).
A rede britânica BBC apurou que ele alugou o carro utilizado para atropelar um grupo na Ponte de Westminster, perto do Parlamento, no início da semana em uma empresa no norte da cidade Birmingham. Masood dizia ser professor, mas ele nunca trabalhou como professor qualificado nas escolas estaduais de inglês, ainda de acordo com a BBC.
Pouco tempo antes do ataque, ele tinha entrado em contato com a locadora para dizer que não precisaria mais do veículo. Depois disso, ainda está completamente obscuro o que o levou a lançar seu carro sobre a calçada. Depois de atropelar um grupo, ele correu com uma faca na mão e atingiu um policial, que não resistiu aos ferimentos. Masood foi baleado pela polícia e morreu.

Ele era conhecido das autoridades. A primeira passagem de Masood pela polícia aconteceu quando ele tinha 19 anos, em novembro de 1983, por danos. Em 2003, ele foi apreendido com uma faca, mas nunca foi condenado por terrorismo.
Khalid Masood, homem identificado nesta quinta (23) como autor do atentado que deixou quatro mortos no centro de Londres na quarta-feira (22) (Foto: Stefan Rousseau/DPA/AP)
A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou que ele já tinha sido investigado por ter relações com iniciativas terroristas. "O que posso confirmar é que há alguns anos ele foi investigado pelo MI5 em relação a preocupações sobre extremismo violento. Ele era uma figura secundária. Ele não fazia parte do atual cenário da inteligência", declarou May no Parlamento. Não se sabe ao certo em qual estágio estava a investigação sobre Masood.
Atentado Londres Infográfico V4 Westminster (Foto: Editoria de Arte/G1)
O perfil de Masood não causou surpresa entre as autoridades de segurança do Reino Unido, segundo a BBC. Desde os atentados à bomba contra o sistema de transportes da capital, em julho de 2005, o foco dos serviços de inteligência britânicos passou para o que se pode chamar de "ameaça caseira".
Afinal, dos quatro homens-bomba que provocaram a morte de 52 pessoas e ferimentos em mais de 500, três deles eram nascidos no país - Hassib Hussain, Mohammad Sidique Khan e Shehzad Tanweer - e o outro, Germaine Lindsay nascera na Jamaica mas mudara-se para o Reino Unido com apenas um ano de idade.
No início do mês, a Henry Jackson Society (HSJ) divulgou um amplo estudo que analisou 269 incidentes ligados ao extremismo muçulmano, de ataques concretizados, planos descobertos pela polícia a condenações com base na legislação antiterror, entre 1998 e 2015. Nada menos que 72% dos casos envolveram cidadãos britânicos.
Detidos
A polícia britânica anunciou nesta sexta duas novas detenções "significativas" relacionadas ao atentado. Mark Rowley, comandante da unidade antiterrorista da Scotland Yard, afirmou que "foram realizadas mais duas detenções significativas durante a noite" e que nove pessoas continuam em detenção preventiva. Novas buscas continuam sendo feitas.
De acordo com a BBC, um homem de 39 anos foi preso no leste de Londres por suspeita de preparar um ataque terrorista. Seis pessoas – duas mulheres e quatro homens – com idades entre 21 e 28 anos em Birmingham, na região central da Inglaterra. Nesta sexta, um homem de 58 anos foi preso.
Uma mulher foi presa, mas liberada posteriormente.