O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou na manhã desta segunda-feira (22) uma visita a Israel, na 2ª etapa da sua primeira viagem internacional. Ele convidou israelenses e palestinos a trabalhar juntos e disse ver “oportunidade rara” para promover a paz na região. A viagem do chefe de estado americano começou com uma visita à Arábia Saudita, rival histórico do Irã no Oriente Médio, onde foi fechado um acordo bilionário de cooperação militar.
Trump inicia visita a Israel e fala em ‘oportunidade rara’ para promover a paz na região
Nessa 1ª viagem internacional, o líder americano visitou a Arábia Saudita. Além de autoridades israelenses, ele deve se encontrar com Abbas, da Autoridade Palestina
Segundo a rede CNN, o acordo fará chegar na Arábia Saudita navios, aviões e bombas fabricados pelos Estados Unidos. Com essa iniciativa, a administração Trump renova o compromisso dos EUA com a região, embora muitas das vendas incluídas nele tenham sido aprovadas ainda pela administração Obama.
Visita a Israel
“Temos diante de nós uma rara oportunidade de trazer segurança, estabilidade e paz a esta região. Mas só poderemos chegar lá trabalhando juntos. Não há outro caminho. Eu vim a esta terra sagrada e antiga para reafirmar o vínculo inquebrável entre Estados Unidos e o Estado de Israel”, declarou Trump, logo após desembarcar no aeroporto internacional Ben Gurion. O Air Force One aterrisou em Tel Aviv por volta das 12h30 no horário local (6h30, de Brasília).
A administração Trump, que pretende reativar um processo de paz estagnado entre israelenses e palestinos, pede que as duas partes adotem medidas para ajudar a restaurar um clima de confiança que favoreça o reinício do diálogo entre os dois lados, segundo a ‘France Presse’.
Após deixar o aeroporto, Trump seguiu para Jerusalém onde participou de um encontro com o presidente israelense, Rueben Rivlin. Ao lado da mulher, ele também visitou a igreja do Santo Sepulcro, na Jerusalém antiga.
Trump se tornou o primeiro presidente americano a visitar o Muro dos Lamentações, local de oração sagrado para os judeus. Está prevista ainda para esta tarde uma reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Posteriormente, Trump também irá se encontrar com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
Novas medidas
O governo de Israel aprovou no domingo (21) à noite uma série de medidas que pretendem facilitar a vida dos palestinos e favorecer sua economia, a pedido do presidente americano, ainda de acordo com a France Presse.
Entre as medidas aprovadas, Israel prolongou gradualmente o horário de abertura da passagem de fronteira de Allenby Bridge (ou ponte do rei Hussein), um ponto importante para os palestinos entre Cisjordânia e Jordânia, com o objetivo, a longo prazo, de deixar o local aberto 24 horas os sete dias da semana, informou a AFP, citando uma fonte que não quis se identificar. O governo israelense controla todos os acessos da Cisjordânia, território palestino ocupado há 50 anos.
Hamas critica Trump
O movimento islâmico palestino Hamas criticou as declarações do presidente americano, consideradas um ataque contra a “resistência” palestina, de acordo com a France Presse.
Para o porta-voz do Hamas na Faixa de Gaza, território governado pelo movimento islâmico desde 2007, elas “pretendem manchar a reputação da resistência palestina”.
“O verdadeiro tributo pago ao Estado Islâmico (…), à Al-Qaeda, ao Hezbollah, ao Hamas e a tantos outros não se calcula em número de mortos, se calcula também em gerações de sonhos quebrados”, afirmou Trump, no domingo (21) durante visita à Arábia Saudita.
Mushir Al Masri, alto dirigente do Hamas, acusou Trump de alinhamento com as políticas de Israel.
Greve de fome
Os palestinos da Cisjordânia ocupada fizeram uma greve geral nesta segunda em apoio a uma centena de prisioneiros palestinos em greve de fome em prisões israelenses. Há 36 dias os detentos iniciaram a greve de fome exigindo melhores condições carcerárias, segundo a France Presse.
Em Ramallah, sede da Autoridade Palestina, todas as empresas estavam fechadas e as ruas vazias. O transporte público estava paralisado. Diante dos campos de refugiados próximos de Ramallah as vias de acesso foram bloqueadas com latas de lixo e carros.
Em Hebron, no sul, as empresas, escolas e edifícios públicos estavam fechados, ainda de acordo com a France Presse.
Cooperação militar com Riad
Ao longo do final de semana, o líder norte-americano foi recebido calorosamente por líderes árabes, que se concentraram em seu desejo de reprimir a influência do Irã na região, um compromisso que não encontraram em seu antecessor, o presidente democrata Barack Obama, segundo a Reuters.
A recepção marcou um contraste com suas dificuldades em casa, onde Trump passa apertos para conter um escândalo crescente desde que demitiu o então diretor do FBI, James Comey, quase duas semanas atrás.
Em meio à visita de Trump a Arábia Saudita, o governo americano anunciou acordos de cooperação militar com os sauditas avaliados em US$ 110 bilhões.
Este pacote de equipamentos e serviços de defesa “apoia a segurança a longo prazo da Arábia Saudita na região frente às ameaças dos iranianos, enquanto reforça a habilidade do reino em contribuir para as operações antiterroristas em toda a região, reduzindo o peso sobre os EUA”.
Segundo a rede CNN, o acordo fará chegar na Arábia Saudita navios, aviões e bombas fabricados pelos Estados Unidos. A administração Trump lançou o acordo como uma renovação do compromisso dos EUA com a região, embora muitas das vendas incluídas nele tenham sido aprovadas ainda pela administração Obama.
Fonte: G1