Feliciano e Bolsonaro não sofrem com problemas de confiança entre segmento cristão
Cristãos não confiam em Lula e Alckmin
Uma pesquisa feita com os cristãos do segmento evangélico que participaram da 25ª edição da Marcha para Jesus, nesta quinta-feira (15) pretende traçar um perfil sobre as opiniões mais comuns do segmento.
Considerada uma “pesquisa qualitativa”, o levantamento foi coordenado pelos professores da área de Ciências Sociais Esther Solano, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Marcio Moretto Ribeiro e Pablo Ortellado, da USP (Universidade de São Paulo), com apoio da Fundação Friederich Ebert.
Segundo os pesquisadores, ela levou em consideração as “identidades políticas, guerras culturais e posicionamento frente a debates atuais sobre política” dos entrevistados, todos maiores de 18 anos e que declararam se evangélicos.
Entre os resultados divulgados pelo site, destacam-se a questão da identificação política.
Um elevado índice dos entrevistados se declarou “muito conservador” (45,5%) e “muito antipetista”. Contudo, a resposta mais comum (76,9%) é que não se identificam com nenhum partido político.
A maioria das pessoas ouvidas afirma “não confiar” no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (83,7%) e no governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (61,4%).
Chama atenção que a maioria absoluta (91,9%) rechaça a ideia que, em momento de crise, “o governo precisa cortar gastos, inclusive em saúde e educação” e com a proposta de “quem começou a trabalhar cedo deve poder se aposentar cedo sem limite mínimo de idade?”, pergunta feita tendo como base a reforma da Previdência, proposta pelo governo de Michel Temer (PMDB). Nesse caso, 86,6% afirmaram concordar, contra 10,7% que discordam.
Respeito aos gays
Outra questão destacada pelos estudiosos é que houve altos índices de concordância com afirmações como
“Os valores religiosos deveriam orientar as leis” (75%)
“Menores de idade que cometem crimes devem ir para a cadeia” (83,7%)
“Precisamos punir os criminosos com mais tempo de cadeia” (76%)
“O bolsa família estimula as pessoas a não trabalhar” (74,2%)
Por outro lado, discordam em massa de ideias como “Deveria ser permitido aos adultos fumar maconha” (82,9%) e “Fazer aborto deve ser um direito da mulher” (73,1%), e “Travestis devem poder usar o banheiro feminino” (67,4%).