quinta-feira, 12 de julho de 2018

Polícia Federal vai investigar novas ameaças a Sergio Moro

AP Photo/Andre PennerMais

A Polícia Federal vai investigar novas ameaças contra o juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância em Curitiba. A medida acontece depois do embate jurídico que ocorreu por causa de um pedido de liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Moro foi o responsável por condenador em julho de 2017 o petista a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP). No início deste ano, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) aumentou a pena para 12 anos e um mês.

Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, condenados em segunda instância, caso do petista, já podem ser presos. Lula foi para a cadeia em abril e, atualmente, cumpre pena em Curitiba.

No último domingo, o desembargador plantonista do TRF-4 Rogério Favreto determinou a soltura de Lula. Moro foi contra e, pouco depois, o relator do caso no TRF-4, desembargador João Pedro Gebran Neto, determinou a continuidade da prisão. Mas Favreto deu nova decisão pela liberdade. Em seguida, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), o presidente do TRF-4, desembargador Thompson Flores, determinou que valeria a decisão de Gebran, e não a de Favreto.

Em sua conta no Twitter, o juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos desdobramentos da Lava Jato no Rio de Janeiro, publicou na última segunda-feira um print com oito postagens de internautas dizendo que seria preciso matar Moro. “O que dizer sobre essas mensagens abaixo? A Justiça Brasileira não pode ser usada como instrumento de disputas políticas. Ao contrário, deve ser incondicionalmente RESPEITADA”, escreveu o magistrado.

Em nota publicada nesta terça-feira, sem citar nomes, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), afirmou repudiar “ataques pessoais, provenientes de figuras públicas ou de dirigentes de partidos políticos”, contra magistrados que atuam no combate à corrupção.

“É inadmissível que magistrados, no exercício das funções constitucionais, sejam alvos de ataques pessoais, provenientes de figuras públicas ou de dirigentes de partidos políticos. Atitudes como essa refletem uma visão autoritária e atentam contra o Estado Democrático de Direito”, afirma o texto.


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