segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Bolsonaro é criticado por muçulmano após anunciar que retirará embaixada da Palestina de Brasília

Candidato do PSL é comparado a Donald Trump

Jair Bolsonaro . (Foto: AFP / Nelson Almeida)

O anúncio do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) que, caso seja eleito, irá retirar a Embaixada da Palestina do Brasil, gerou a ele muitas críticas. Embora o ex-presidente Lula tenha reconhecido como Estado independente em 2010, a ONU ainda não o fez.

Conhecido por sua posição pró-Israel, Bolsonaro já prometeu, inclusive, mudar a embaixada do Brasil para Jerusalém assim que for eleito. Esta semana, declarou que pretende retirar a Embaixada da Palestina do Brasil.

“A Dilma negociou com a Palestina e não com o povo de lá. Você não negocia com terrorista, então, aquela embaixada do lado do (Palácio do) Planalto, ali não é área para isso”, explicou o candidato.

A primeira reação veio do Centro Cultural Árabe-Brasileiro, liderado pelo empresário Ahmed Ramadan. Falando ao site russo Sputnik, Ramadan lamentou que o posicionamento adotado em relação à Palestina “reflete claramente a influência israelense sobre sua candidatura”.

Em seguida, alertou: “O Brasil é muito amado pelo povo árabe. Tem relações comerciais, esportivas, relação cultural com o Brasil. Aliás, a colônia árabe aqui no Brasil é muito forte. Mais ou menos, entre 20% e 30% dos brasileiros são descendentes de árabes. Não tem nenhum brasileiro que não tenha boas relações com árabes, de amizade ou descendência”.

Ahmed foi além: “Ele, realmente, esse candidato, ele não tem cultura, ele precisa estudar. Precisa ter alguns assessores bem esclarecidos, que conheçam as causas, as relações. Está muito fraco, como presidente, nesse lado.”

Ele comparou a decisão com a postura de Donald Trump que, “atrapalhou muito a relação dos EUA com outros países”. Segundo a sua avaliação, “[é] a mesma coisa. Ele quer destruir todas as relações do Brasil com o mundo árabe e países muçulmanos. Se ele passa a Embaixada do Brasil para Jerusalém, não vai ser só através dos palestinos um problema, nem mundo árabe, mas para todos os muçulmanos. Ele vai criar muitos problemas para o Brasil.”

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