O compromisso de reconhecer a cidade de Jerusalém como a capital de Israel é uma das propostas de política externa mais importantes do futuro governo Bolsonaro.

Segundo a
Folha, no entanto, a decisão “deve se tornar uma das primeiras dores de cabeça econômicas de Jair Bolsonaro, caso vença e honre a promessa”.
O jornal conversou com pessoas próximas do tema e afirma que uma série de países islâmicos e grandes produtoras de proteína animal do mercado estão preocupadas com a hipótese de o Brasil cortar relações com a Palestina e mudar a sede de sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém.
O motivo: o enorme mercado para a carne brasileira nas nações muçulmanas.
De acordo com a Fambras (Federação das Associações Muçulmanas do Brasil), 45% da carne de frango e 40% da bovina que o país exporta hoje levam o selo halal –ou seja, pode ser consumida segundo preceitos islâmicos.
Embaixadores de países muçulmanos fizeram chegar ao governo federal e à campanha de Bolsonaro sua preocupação. Empresários também devem procurá-los. Consideram que a retaliação comercial será inevitável caso o deputado mantenha a palavra.
A Liga Árabe e nações islâmicas não árabes condenam a pretensão de Israel de que Jerusalém seja sua capital, algo disputado com a Palestina. Por isso, enquanto a situação não se define, a maioria dos países mantém embaixada na cidade costeira de Tel Aviv.