“A cada dia que passa estou mais crente e tenho mais fé em Deus e na força de Cristo”, declarou o ditador venezuelano.
Cada vez mais pressionado interna e externamente, o presidente venezuelano Nicolás Maduro disse que não renuncia, mesmo diante da grave crise política e social imposta ao país pelo seu regime, considerado ditatorial.
Se no passado ele atacou evangélicos e lideranças católicas que o criticavam, agora Maduro apela aos religiosos por apoio. Durante o “Congresso Venezuelano de Cristãos pela paz”, realizado nesta quarta (30), ele pediu que todos “rezem” por ele.
Transmitido pela televisão estatal, durante o que acabou sendo uma mistura de culto e comício, um pastor intercedeu a Deus pela vida do presidente, de seus ministros e dos membros das Forças Armadas. Também expulsou do país de “todo demônio de guerra, todo demônio de divisão”.
Ao lado de sua mulher, Cilia Flores e da vice-presidente Delcy Rodríguez, Maduro recebeu as orações e depois fez uma longa declaração:
“Peço-lhe que rezem por mim, peço que me deem suas bênçãos e peço a paz e o futuro da Venezuela”, disse Maduro, que acrescentou: “Peço toda a força, a sabedoria, peço amor suficiente para levar o país a um destino melhor, para um destino mais elevado”.
Autodeclarado católico, o presidente da Venezuela afirma ser alvo de um plano do presidente dos EUA, Donald Trump, para matá-lo. “Eu sou um cristão de verdade, não um enganador, não como os fariseus hipócritas [referindo-se aos críticos]. Sou um cristão de Cristo. A cada dia que passa estou mais crente e tenho mais fé em Deus e na força de Cristo, porque ele me acompanha, me abraça, me protege com seu manto sagrado.”
Em diversas cidades do país, evangélicos têm convocado campanhas de oração pelo país. A maioria dos pastores já se manifestou favorável a que Juan Guaidó assuma a presidência.
A Confederação de Igrejas Cristãs na Venezuela reconheceu Guaidó com alguém “chamado para liderar a nação neste período de transição”. Os líderes evangélicos também pedem pelo “fim da ditadura”, clamando para que cesse “a usurpação da Presidência da República” e que sejam realizadas “com urgência eleições livres no âmbito de um acordo nacional.”