
Presidente francês não descarta interferência externa na floresta sul-americana
Emmanuel Macron estuda a viabilidade de um “status internacional” para a Amazônia Foto: PR/Clauber Cleber Caetano
O presidente da França, Emmanuel Macron, alfinetou mais uma vez Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira (26), ao apresentar o plano de ajuda do G7 (clube de países ricos) para combater os incêndios na Amazônia.
Em entrevista à imprensa no último dia da cúpula do grupo, o líder disse que a atribuição de um “estatuto internacional” à floresta era “uma questão real que se impunha, se um Estado soberano tomasse medidas concretas que claramente se opusessem ao interesse de todo o planeta”.
Macron ressaltou, porém, que a discussão não se enquadrava na iniciativa ali anunciada, que prevê o envio de ajuda para o controle das chamas e, posteriormente, investimentos em reflorestamento.
Essa segunda etapa será apresentada em detalhes na Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque, em setembro. Segundo o francês, ela foi concebida para “respeitar a soberania de cada país”.
Para ele, o estatuto internacional “é um caminho que permanecerá aberto, nos próximos meses e anos, pois o desafio no plano climático é tal que ninguém pode dizer ‘não é problema meu'”.
– A mesma coisa vale para aqueles que têm em seus territórios glaciares ou regiões que têm impacto sobre o mundo inteiro – declarou.
Com as afirmações, Macron respondeu à declaração de Bolsonaro de que ele teria manifestado “mentalidade colonialista” ao se referir, em publicação na internet, à situação na Amazônia como crise internacional e emergência a ser discutida no G7, fórum de que o Brasil não participa.
O brasileiro também disse que seu par francês estava instrumentalizando um problema interno do país sul-americano e, depois, que ele potencializava o ódio contra o Brasil.