Governo faz campanha para "erradicar conteúdos ilegais"
Campanha contra livros ilegais e pornografia Foto: Reprodução/Bitter Winter
O Partido Comunista Chinês (PCC) vem endurecendo gradualmente a liberdade religiosa no país. Além de monitorar e restringir a venda de Bíblias em lojas e na internet, a China também exige que livros de hinos e leituras religiosas tenham a permissão do governo para serem usados nas igrejas.
Em agosto deste ano, uma campanha promovida pelo governo tinha como alvo “erradicar a pornografia e publicações ilegais”, colocando no mesmo patamar materiais eróticos e religiosos.
A campanha causou revolta na comunidade cristã.
– A campanha do governo para ‘erradicar pornografia e publicações ilegais’ chegou às igrejas. Isso é calunioso para Deus – disse um dos membros da igreja Three-Self Church, que frequentemente é alvo do governo comunista.
Recentemente, a patrulha ideológica do governo convocou uma reunião para exigir que líderes religiosos promovam a campanha para “erradicar publicações ilegais” dentro dos próprios locais de culto.
Já o governo do condado de Chongyang, no província de Hubei, divulgou uma carta aberta em que pede o controle online de informações consideradas prejudiciais, tais quais “publicações e informações que enfraquecem, distorcem ou negam a liderança do Partido ou o sistema socialista da China”.
A carta aberta estimula pessoas a denunciarem comportamentos ilegais. Entre eles atividades religiosas fora de locais de culto. Para o governo, estas são “circunstâncias que afetam a segurança ideológica e a estabilidade no campo religioso”.
Testemunhas relatam que igrejas costumam ser multadas após inspeções do governo. A Three-Self Church da Fengyang Road, no Nordeste do país, foi multada em cerca de 1.400 dólares depois que foram encontradas Bíblias em versões sul-coreanas. A Three-Self Church também ficou proibida de comercializar Bíblias.
Durante uma das inspeções, foram recolhidos jornais, hinários, folhetos do evangelho e também Bíblias. Alguns dos materiais foram queimados.