Indice para o mês é o mais baixo desde que a inflação começou a ser calculada pelo instituto, em 1980
País fechou maio com menor índice de inflação da série histórica Foto: Reprodução Internet
Com menor pressão dos preços dos alimentos e forte recuo nos combustíveis, o Brasil teve deflação de 0,38% em maio, o resultado mais baixo para o mês desde que a inflação começou a ser calculada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 1980.
No ano, o país tem deflação de 0,16%. No acumulado de 12 meses, o índice é de 1,88%, bem abaixo do piso da meta estabelecida pelo governo para 2020, de 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Em abril, o índice já havia apresentado forte deflação, de 0,31%, nível só visto em 1998. Naquele mês, porém, os preços dos alimentos ainda pressionavam a inflação, diante da maior demanda de produtos após o início da pandemia.
Com as restrições à circulação de pessoas para frear a contaminação pelo novo coronavírus, a inflação dos alimentos para consumo em domicílio disparou em março e abril, quando bateu 2,24%. Em maio, a variação desses produtos caiu para 0,33%.
Os preços de itens como cenoura (-14,95%) e as frutas (-2,1%), que haviam subido em abril, recuaram em maio. A inflação do grupo Alimentação e Bebidas, que havia avançado 1,79% em abril, recuou para 0,24% em maio.
A principal influência sobre o IPCA do mês, porém, continuou sendo o preço dos combustíveis, também impactado pela pandemia, que derrubou as cotações internacionais do petróleo. Em maio, segundo o IBGE, a gasolina ficou 4,53% mais barata, o diesel caiu 6,44% e o etanol recuou 5,96%.
Já com possíveis impactos da desvalorização cambial, o setor de artigos de residência apresentou a maior variação positiva do mês, com alta de 0,58%. Nesse grupo, aumentaram de preços os artigos de TV, som e informática (4,57%) e eletrodomésticos e equipamentos (1,98%).
Economistas ouvidos pelo Banco Central para a elaboração do Boletim Focus reduziram na semana passada suas projeções para a inflação de 2020, de 1,55% para 1,53%. Para 2021, a expectativa é que o indicador feche o ano em 3,1%.
*Folhapress