Ordem é do STJ, que apura desvios na Saúde do estado
Governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel
O governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) foi afastado do cargo na manhã desta sexta-feira (28) por ordem do Superior Tribunal de Justiça. O presidente do PSC, pastor Everaldo Ribeiro, foi preso pela Polícia Federal em casa, por volta das 6h.
A PF esteve no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador, nesta manhã. Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão contra a primeira-dama, Helena Witzel, e o governador afastado.
Os policiais também cumprem mandados de busca e apreensão contra o vice-governador, Cláudio Castro, o ex-secretário Lucas Tristão, braço direito de Witzel, e o presidente da Câmara dos Deputados, André Ceciliano (PT).
Assume o estado o vice-governador Cláudio Castro (PSC).
A ação Tris in Idem é um desdobramento da Operação Placebo, deflagrada em maio, que apurava um suposto esquema de desvios de recursos públicos destinados ao combate ao coronavírus no estado.
A Procuradoria Geral da República afirma ter provas que colocam Witzel “no vértice da pirâmide” dos esquema de fraudes investigados no estado. Witzel e mais nove pessoas foram denunciadas pelo esquema.
O ex-secretário de Saúde Edmar Santos fechou acordo de delação premiada após ser preso numa operação coordenada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Na ação, os investigadores encontraram R$ 8,5 milhões em dinheiro vivo atribuído a Santos.
Ele foi solto a pedido da PGR, que afirmou que “esses fatos já estão sob a competência do Superior Tribunal de Justiça e estão sendo usurpados na operação deflagrada pelos órgãos do sistema de Justiça Estadual do Rio de Janeiro”.
Provas obtidas em investigações conduzidas no Rio de Janeiro serviram como base para a Placebo.
O inquérito conduzido pela PGR apurava irregularidades na contratação de uma organização social para a montagem de hospitais de campanha, bem como a relação de Witzel com o empresário Mário Peixoto, preso em maio.
A Polícia Federal apreendeu o aparelho de celular e o computador do governador. A operação foi autorizada pelo ministro Benedito Gonçalves, do STJ.
As provas sobre Peixoto foram obtidas em desdobramento da Operação Lava Jato, que investiga fraudes no governo Sérgio Cabral.
Elas apontam pagamento de uma firma ligada ao empresário para a primeira-dama Helena Witzel a partir de agosto do ano passado. Seriam 36 parcelas de R$ 15 mil. O próprio governador também foi citado em interceptações telefônicas.
As supostas fraudes nas compras emergenciais para o combate à pandemia levaram à demissão e posterior prisão de Gabriell Neves, ex-subsecretário de Saúde. O mesmo ocorreu com Edmar Santos, depois solto.
*Folhapress