Relatos provenientes da Síria indicam que membros do Exército Sírio Livre começaram a executar cristãosenquanto estão afirmando que estão atirando em soldados sírios.
Um vídeo de um ataque em 1 de novembro em que rebeldes sírios vestidos de preto teriam matado 28 homens foi postado no YouTube. Uma reportagem da Agência France-Presse sobre o ataque identificou as vítimas como soldados sírios.
Mas William Murray, presidente da Coalizão de Liberdade Religiosa, disse que duas das vítimas tinham ligações oficiais com sua organização na Síria. Sua organização distribui assistência.
As vítimas não eram soldados, disse ele, mas civis da mesma vizinhança, “de modo que todos os 28 homens eram provavelmente cristãos”.
Ele argumentou que até mesmo um rápido exame das fotos do ataque indica que as vítimas eram civis.
“Eles não estavam armados e nunca haviam sido combatentes”, disse Murray.
Um ativista de direitos humanos que trabalha na Síria cujo nome foi mantido em sigilo por razões de segurança disse que dois dos homens eram cristãos.
“Dois dos homens tenho certeza de que eram cristãos e foram primeiramente raptados de sua vizinhança, então levados para o campo e mortos a tiros”, disse o ativista.
Brigitte Gabriel, fundadora e presidente da organização Act for America, disse que todos sabem muito bem que os rebeldes sírios estão executando cristãos.
“Os sírios estão sem dúvida executando cristãos. Eles são notórios por aplicarem tortura tática em seus inimigos”, disse Brigitte.
“Os homens que estão se levantando contra Assad e estão sendo esmagados são todos da Irmandade Muçulmana, os quais Hafez Assad, pai de Assad, esmagou 30 anos atrás em Hama”, disse Brigitte.
Brigitte acrescentou que os rebeldes se sentem muito fortalecidos, o que só estimula seu ódio aos cristãos.
“Eles estão se sentindo muito fortalecidos depois do que viram no Egito, Líbia e Tunísia. Eles sentem que agora é a chance deles. Eles desprezam os cristãos que vivem na Síria e adorariam convertê-los ou matá-los”, disse Brigitte.
Murray disse que as próprias execuções provam que são os rebeldes que estão desencadeando as matanças.
“Quando toma prisioneiros, o Exército Sírio os fotograva e mostra as fotos”, disse Murray.
“As matanças ocorreram enquanto Ayman al-Zawahiri, líder da Al-Qaeda, disse numa mensagem de rádio para animar os combatentes al-Shabaab, filial na Somália, que os ataques contra as instalações dos EUA no Cairo e Benghazi eram “derrotas para os EUA”.
“Eles foram derrotados no Iraque e estão saindo do Afeganistão, e o embaixador deles em Benghazi foi morto e as bandeiras de suas embaixadas foram baixadas no Cairo e em Sana, e no lugar delas foram levantadas as bandeiras de tawhid (monoteísmo) e jihad”, o líder da Al-Qaeda disse, conforme reportagem de Thomas Joscelyn, jornalista e especialista em terrorismo.
Murray disse que se alguma evidência a mais da natureza equivocada da política fosse necessária, dá para achá-la na edição mais recente dos relatórios do Instituto de Pesquisa de Mídia do Oriente Médio (cuja sigla em inglês é MEMRI).
O MEMRI relata que os rebeldes sírios afirmam que a derrubada de Assad é só o primeiro passo. Os rebeldes querem impor a lei islâmica na Síria.
Murray disse que as intenções dos rebeldes são óbvias porque eles hasteiam a bandeira negra dos jihadistas.
“Os combatentes usam lenços negros com a inscrição da declaração islâmica de fé. Eles hasteiam a bandeira da jihad e da Al-Qaeda”, disse Murray.
“Se fosse uma genuína rebelião pela democracia, não haveria a intensa exibição de símbolos religiosos”, disse Murray.
Murray acrescentou que mais uma vez as evidências mostram que o governo dos EUA está sem vontade de encarar a realidade.
“Isso prova de novo que estamos combatendo uma entidade que realmente não compreendemos”, disse Murray.
Murray acrescentou que as execuções junto com a reportagem do MEMRI e a mensagem de al-Zawahiri apontam para o curso perigoso que os Estados Unidos estão adotando na Síria ao designar o embaixador Christopher Stevens para operar o suprimento e distribuição de armas da Líbia para a Síria por intermédio da Turquia.
Recentemente, o WND relatou que o propósito de Stevens na Líbia era enviar armas para os rebeldes da Síria.
O envolvimento de Stevens na Líbia vinha desde um ano atrás, quando analistas de inteligências relataram que ele havia sido inicialmente nomeado como o representante oficial dos EUA para o exército rebelde.
Ele foi elevado a embaixador depois da derrubada do ditador líbio Muamar Kadafi.
Na Líbia, a grande missão de Stevens era suprir armamento, até mesmo pesado, para os rebeldes da Síria.
WND relatou na mesma reportagem que a missão de Stevens o colocou em contato direto com a al-Qaida e outros grupos jihadists.
Clare Lopez, membro do Centro de Política de Segurança, disse que Stevens e altas autoridades do governo dos EUA sabiam que o movimento oposicionista da Líbia era formado por elementos de vários grupos jihadistas radicais, inclusive a al-Qaida, Ansar al-Shariah e o Grupo de Combate Islâmico Líbio (GCIL).
O guerrilheiro Abdelhakim Belhadj organizou o GCIL em 1990 depois de voltar para casa do Afeganistão, onde ele havia lutado junto com os combatentes afegãos contra os soviéticos.
Lopez diz que Belhadj organizou o GCIL por um motivo — derrubar Kadafi.
O grupo de Belhadj foi assimilado pela Al-Qaeda em 2007, mas Lopez acrescentou que em algum ponto do caminho, Belhadj foi interceptado pela CIA e enviado de volta à Líbia onde Kadafi o jogou na prisão.