(Foto: Tiago Queiroz - Agência Estado)
Errando o alvo – Encerrado o “Dia Nacional de Lutas”, o balanço dos protestos que ocorreram em várias cidades brasileiras nesta quinta-feira (11) pode ser considerado pífio, apesar de em alguns locais os manifestantes terem bloqueado trechos de rodovias, prontamente liberada por policiais. O objetivo do movimento era promover uma paralisação geral em todo o País, uma utopia se considerado o fato de que o contratante foi o próprio governo de Dilma Rousseff.
Pode-se concluir após esse dia de protestos encomendados que o mundo sindical, suposto esteio da manifestação, já não conta com a obediência burra de seus filiados. Ou seja, há uma grave crise de representatividade na seara dos sindicatos, que nas últimas décadas produziram escárnios que são verdadeiras afrontas ao trabalhador.
Diante do fracasso do “Dia Nacional de Lutas”, integrantes do governo do PT comemoraram o resultado, pois os pelegos que foram às ruas para protestar cumpriram o combinado e deixaram de lado os gritos de “Fora Dilma!”. Apenas o sindicalista e dublê de deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, saiu às ruas da cidade de São Paulo exigindo a imediata saída de Dilma e do ministro Guido Mantega (Fazenda).
Como sempre acontece em qualquer segmento, a cidade de São Paulo, a quarta maior do planeta, é a catapulta de todas as ações em âmbito nacional. Nesta quinta-feira, a capital dos paulistas viveu um dia de feriado em pequena cidade do interior. Isso mostra o grau de consciência da população paulistana, que não embarcou na missa encomendada pelo Palácio do Planalto para blindar uma presidente que enfrenta grave crise política e não sabe como escapar do furacão.
Para que os leitores possam avaliar o nível do fracasso da manifestação em São Paulo, em determinados momentos do dia a Avenida Paulista tinha mais pessoas caminhando em suas largas calçadas do que manifestantes ocupando a via. Por volta das 17 horas, o índice de congestionamento na cidade era de 4 km, quando em dias normais, em período de férias, costuma ficar entre 70 km e 80 km. Percursos que normalmente demoram meia hora foram vencidos em no máximo cinco minutos, o que assustou os moradores da Pauliceia Desvairada.
Em suma, o Palácio do Planalto não conseguiu atingir o objetivo inicial, que era mostrar à população revoltosa a força do governo de Dilma Rousseff e também transferir aos parlamentares a responsabilidade pela crise que chacoalha o País. Ainda ministra da Secretaria de Relações Institucionais, a isolada Ideli Salvatti disse que é preciso acompanhar os protestos e decifrar as mensagens dos manifestantes. Conversa fiada da pior qualidade de quem percebeu que mais uma estratégia palaciana fracassou.
Dilma Rousseff que se prepare, porque a vergonha enfrentada pelos líderes sindicais não custará barato, principalmente porque nas coxias da armação está ninguém menos do que Luiz Inácio da Silva, o lobista-fugitivo Lula.
Fonte:http://ucho.info