Secretário-geral da Interpol, Ronald K. Noble (Andreas Solaro/AFP/Getty Images)
A Interpol propôs à comunidade internacional que passe a tratar o grupo jihadista Estado Islâmico por “assassinos covardes” para retirar-lhes legitimidade, após condenar o assassinato do voluntário britânico Alan Henning, alegadamente decapitado na Síria.
“Proponho à comunidade global e às forças da lei que passem a chamar este grupo ‘CM’ (sigla inglesa para ‘Cowardly Murderers’”, escreveu o secretário-geral da Interpol, Ronald K. Noble, num comunicado disponível na página online da organização.
“Ao fazê-lo, frustraremos os seus esforços para legitimar os seus crimes e advertiremos os estrangeiros que querem juntar-se a eles de que, para o mundo, não passarão de assassinos covardes”, acrescentou.
O representante da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) instou ainda a comunidade internacional a questionar-se porque deve permitir a “um grupo sanguinário de terroristas adotar o nome de uma religião como pretexto para justificar crimes abomináveis que nenhuma religião justificaria”.
O grupo terrorista divulgou na sexta-feira (3) um vídeo em que mostra a suposta decapitação de Alan Henning, sequestrado em dezembro passado na Síria e que se tornou o quarto refém ocidental assassinado pelos jihadistas nesse país.
A sua morte “a sangre frio”, segundo Noble, “só serve para fortalecer a resolução da comunidade internacional de aumentar os seus esforços contra a crescente ameaça dos grupos terroristas e de levar os responsáveis por tais atrocidades perante a justiça”.
O secretário-geral da Interpol pediu também um reforço da troca de informações e do trabalho de prevenção junto de combatentes estrangeiros, sublinhando que não se lhes permitirá que intimidem aqueles que respeitam “a vida humana e o estado de direito”.