O ministro de Relações Exteriores
israelense, Avigdor Lieberman, afirmou nesta sexta-feira (07) que é
um “erro” qualquer tentativa de aproximação dos Estados Unidos e da
comunidade internacional com o Irã. Em entrevista coletiva junto à alta
representante de Política Externa e Segurança da União Europeia (UE),
Federica Mogherini, que hoje iniciou uma viagem a Jerusalém, Lieberman
insistiu que o regime de Teerã não pode ser parceiro em nenhum tipo de
diálogo no Oriente Médio.
“O Irã é inaceitável para qualquer
coalizão. Nem sequer para o diálogo na região, seja sobre a palestina ou
sobre a Síria”, ressaltou Lieberman aos jornalistas. O chefe da
diplomacia israelense reagiu assim à informação divulgada nesta
quinta-feira sobre o fato de o presidente dos EUA, Barack Obama, ter
enviado uma carta secreta ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali
Khamenei. Segundo as informações reveladas pela imprensa, a carta é
sobre a luta contra os radicais sunitas do grupo Estado Islâmico (EI) na
Síria e Iraque.
“Do nosso ponto de vista é um erro.
Embora eu pense que nós não devemos dar conselhos ao presidente dos
Estados Unidos”, disse Lieberman sobre a carta. Ainda firmes aliados, as
relações entre Washington e Israel sofreram uma grande deterioração nos
últimos meses por, entre outros motivos, insistência do governo de
Benjamin Netanyahu em avançar com a colonização da Palestina ocupada.
Tanto os Estados Unidos como a União Europeia estão convencidos de que a
colonização é um dos principais obstáculos para o êxito da solução dos
dois Estados e um fator de instabilidade na zona.
O porta-voz da Casa Branca, Josh
Earnest, disse nesta quinta-feira que a política americana para Teerã
não foi alterada. Sem comentar diretamente a correspondência, ele
afirmou que os EUA discutiram a campanha contra o Estado Islâmico com o
Irã à margem das negociações sobre o programa nuclear. “Os Estados
Unidos não vão cooperar militarmente com o Irã em nenhum esforço. Não
vamos compartilhar inteligência com eles. Mas o interesse deles na
questão é algo que tem sido amplamente comentado e que em algumas
ocasiões foi discutido à parte de outras conversas”, ressaltou o
porta-voz.
Fonte: Veja
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