De José Carlos Prates
Vou pedir à leitora que não fique nervosa com o que vou dizer, penso
que a leitora já sabe que não costumo passar mel no pão nosso de cada
dia… É um jeito de ser vindo dos galpões. Então, vamos lá. Você não acha
que um sujeito, ele ou ela, que anda na rua “olhando” para um celular e
ainda com dois fones enfiados nos ouvidos é um formidável idiota? Sim,
eu sei, há quem chame essa gente de modernos, afinal, fazem uso dos
aparelhos da moda e da época…
Acabo de ler as declarações de um “velho”, ele tem 79 anos, é
canadense, chama-se Barry Stroud e é professor emérito da Universidade
da Califórnia, em Berkley, USA. Ele veio ao Brasil participar de um
Congresso da Associação Nacional de Pós-graduação de Filosofia. As
frases dele contêm a pimenta da verdade, mas essa pimenta é anulada por
muitos ao chamá-lo de velho, de “outros tempos”. Tolice. O cara diz a
verdade que os “modernos” precisam ouvir. Por exemplo:
- “A atenção das pessoas é menor hoje, elas leem menos. Quase nenhum
dos meus colegas lê livros em papel. Suponho que muitos dos meus alunos
nunca tenham segurado um livro. As pessoas leem na tela. Outro dia um
colega me disse que ninguém lê livros se pode pesquisar no Google. É
perturbador”. E o filósofo diz mais:
- “As pessoa não investem tempo em reflexão. Raramente se vê pessoas
sozinhas andando sem estar com fones de ouvido e telefones. Vejo isso da
janela do meu escritório no campus. Conto quantos estão sozinhos sem
falar ao telefone. O número é muito pequeno”. E para arrematar, “ouvi”
dele:
- “As pessoas pensam em preencher suas vidas com coisas, não têm
interesses variados. Ler livros, ver pinturas, escutar música, caminhar
na natureza – tudo isso trazia uma vida mais rica do que ficar na frente
da TV, falar ao celular, entrar em redes sociais. A amizade mudou. Hoje
é clicar no computador. Não é mais falar, olhar, fazer coisas juntos”…
Mister Barry tem toda a razão, mas é contestado pelas legiões de
abobados, de tolinhos das TIs e da formidável e irrecuperável perda de
tempo. Não se queixe depois, ardam!
FERRO
Sim, mas quem vai dar o “ferro” de que eles precisam e merecem? Quatro
vagabundos assaltaram uma loja e mais tarde postaram nas redes sociais
imagens deles sacudindo armas e notas de 100 reais e dizendo que eles
“trabalharam duro” para ter aquele dinheiro… É o estágio supremo do
Brasil falido, sem Homens, sem “justiça”, sem moral, sem nada. E sem
esperança de futuro, o que é pior. Esses camaradas, os abusados do
deboche, têm que ser “pegados”, duramente “pegados”. Eles estão
gracejando da certeza da impunidade. Ou será que eles são “anjinhos” de
menor idade e que não podem ser “ferrados”? Ah, vai ver que isso…
Coitadinhos, então.
SAFADOS
Você sabia que há inúmeros condôminos que não pagam regularmente as
mensalidades do condomínio e que ainda assim batem a porta e saem para
fazer viagens de turismo? Esses ordinários têm que ser jogados contra a
parede pelos condôminos adimplentes e que acabam sendo sobrecarregados
pelos irresponsáveis do turismo dos cartões de crédito na opção crédito…
Safados.
FALTA DIZER
Ah, estava esquecendo de perguntar: você deu algum livro de presente de
Natal? E recebeu algum livro como presente? Das respostas, temos bem uma
ideia por onde andamos, sem choro nem vela, sem dissimulações. Mas em
compensação, o Brasil estúdio abriu esta manchete: – “Venda de
smartphones bateu recorde no país”. Diz tudo…