Mesmo com a nítida dificuldade da equipe econômica do governo federal para fechar as contas de 2014, o que levou a própria presidente Dilma Rousseff a pressionar o Congresso para aprovação de manobra fiscal que a isentasse de cumprir a meta fiscal do ano, infringindo gravemente a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o governo editou na última quarta-feira do ano (31) uma medida provisória que libera R$ 20,139 bilhões em créditos extraordinários para vários órgãos do Executivo, além do pagamento de encargos financeiros da União e transferências a estados e municípios.
Publicada no Diário Oficial da União, a MP chama a atenção pois a principal beneficiada é a Petrobras – há meses envolvida em um dos maiores casos de corrupção já ocorridos no curso democrático do País – que receberá R$ 18 bilhões do total liberado, justamente o valor que deverá ser poupado após o anúncio da mudança de regras para acesso a benefícios trabalhistas e para a utilização por estudantes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
O endurecimento de regras tem sofrido críticas até mesmo de eleitores simpáticos ao Partido dos Trabalhadores, já que a ação contraria uma das principais promessas feitas por Dilma durante sua campanha eleitoral.