Já faz um ano que o líder da oposição Leopoldo Lopez está preso e sendo torturado na Venezuela.
O aniversário de um ano de prisão do líder de oposição venezuelano, Leopoldo López, aumentou a tensão em Caracas, onde manifestantes enfrentaram a Polícia.
Correio da Manhã/Portugal - Centenas de opositores venezuelanos concentraram-se esta quarta-feira em Caracas para pedir a liberdade de Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular, detido há um ano pelas autoridades que o responsabilizam por atos de violência ocorridos em marchas por ele convocadas. Vestidos de branco, os venezuelanos concentraram-se na Praça José Marti onde gritaram "libertem Leopoldo", numa iniciativa em que participaram militantes de várias organizações da oposição, que apelaram ao estabelecimento de um diálogo nacional e pelo fim da "repressão". "Pedimos que sejam libertados todos os presos políticos na Venezuela. Há 100 presos políticos no país, incluindo os polícias acusados pelos acontecimentos de 11 de abril [de 2002, altura em que o falecido Presidente Hugo Chávez foi afastado temporariamente do poder]", disse Lilian Tintori, mulher de Leopoldo López. Outro orador foi David Smolansky, presidente da Câmara Municipal de El Hatillo (sul de Caracas), que denunciou a continuação da detenção de dezenas de estudantes que participaram nas manifestações de fevereiro de 2014 contra o Presidente Nicolás Maduro. "Maduro disse que vai radicalizar o seu Governo e a sua forma de atuar e isso não é outra coisa senão mais prisões. Perante isso estamos vestidos de branco, falamos de reconciliação, de paz e levantamos a voz perante esta crise política, económica e social", disse. Presente na concentração o líder do partido Alternativa Democrática, António Ledezma, disse aos jornalistas que "a repressão que usa o regime é a maneira de negar os métodos naturais de diálogo". "É evidente e descarada, a maneira como os atuais governantes fecham os caminhos à paz, promovendo ações violentas e privando um direito humano essencial como a liberdade". Leopoldo López, 42 anos, é líder do Vontade Popular, um partido venezuelano de centro. A 18 de fevereiro de 2014 entregou-se voluntariamente às autoridades, que o acusam de "instigação pública, associação para cometer delito, danos à propriedade e incêndio". Os delitos terão sido praticados em manifestações convocadas por Leopoldo López, em fevereiro de 2014, que terminaram em atos de violência, incorrendo o dirigente partidário numa pena superior a 13 anos de prisão. O seu julgamento já foi adiado em várias ocasiões.