Jair Bolsonaro é um problema para a esquerda brasileira. Tanto pelo que diz quanto pelo que é. De que adianta um agudo crítico da esquerda se o crítico em questão é um pervertido moral. Demóstenes Torres que o diga. Contra Bolsonaro não pesam acusações de ilicitudes, envolvimento em escândalos, participação em fatos nebulosos, nada que possa convertê-lo em mais um desses criminosos que abundam na política de Brasília.
Na falta de alguma acusação, a ordem é pintá-lo como um monstro autoritário, um meganha de um pensamento fascista inerente na sociedade brasileira conservadora. A campanha que se descortinou contra Bolsonaro desde que ele anunciou sua intenção de concorrer na próxima eleição presidencial é a coisa mais abjeta, desonesta e mendaz que já se viu na política recente do país. E tudo isso em razão de uma coisa só: o medo que eles tem de seu sucesso.
Não há no mainstream midiático um único jornalista ou opinador que seja neutro em relação ao deputado, quanto mais favorável. Todas as vezes que o rosto ou o nome de Bolsonaro são mencionados, o são em matérias embasadas em uma narrativa pré-fabricada pela esquerda. Batem em ordem unida, relegando o contraditório a meros techos devidamente editados de notinhas ou frases soltas de entrevistas coletivas.
Ainda assim, Bolsonaro não para de ver sua conta no Facebook engordar com novos e animados seguidores. Ele também é recebido por multidões em aeroportos, em atos que não são vistos sendo feitos para qualquer outro político brasileiro. Outro sinal de que sua imagem pública continua a se fortelecer são os resultados nas pequisas de opinião, onde ele já pontua com dois dígitos. A campanha contra ele tem se revelado um avassalador fracasso.
Na tarde desta terça, entretanto, Bolsonaro se tornou réu no STF por apologia do estupro. A decisão é em virtude do já antigo caso onde Bolsonaro, provocado pela deputada Maria do Rosário, que imputou a ele o crime de estupro, respondeu dizendo que não a estupraria por ela não merecer. Uma resposta inadequada? Sem dúvida. Mas uma resposta inadequada a uma declaração criminosa. Contra ela, entretanto, nada foi feito nem dito.
Nem é preciso apontar que o resultado foi amplamente comemorado por todos aqueles que querem se ver livres de Bolsonaro, mas que não conseguem por meio da luta política. Restou judicializar a questão, apelando a uma corte tomada de juristas ativistas que não pensam duas vezes antes de impor seus pensamentos sobre a letra da lei. São os comprovados estupradores da Constituição transformando em réu por incitação ao estupro o deputado autor do projeto que prevê castração química para estupradores.
Na ânsia de se ver livre de Bolsonaro, o jornalismo inteiro tapa os olhos para a periculosidade da decisão do STF. Os trechos dos votos da 1° turma da casa, composta por Barroso, Fachin, Rosa Weber, Fux e Marco Aurélio Mello, mostram que a intenção era criminalizar as falas de Bolsonaro, passando por cima da imunidade parlamentar. Sim, os quatro Ministros que resolveram torná-lo réu (Mello, em um surto de sanidade, votou contra), deram cabo do preceito constitucional que garante aos parlamentares que suas opiniões, palavras e votos são INVIOLÁVEIS. Tudo porque, afinal de contas, "a incivilidade e a grosseria não são formas naturais de viver a vida", para ficar no que escreveu Barroso em seu voto. Civilidade e educação são com Cesare Battisti, o terrorista que foi cliente de Barroso.
Agora que é réu, Bolsonaro pode ser condenado e tornar-se inelegível por oito anos em virtude da Lei do Ficha Limpa. Este é o caminho mais fácil e prático para que ele não concorra nas próximas eleições presidenciais. O ardil jurídico, completamente incompatível com o que está estabelecido na lei, oferecerá a oportunidade de ouro que se cumpra a diretriz do caderno de teses do PT que estabelecia como meta do partido a cassação do mandato de Bolsonaro. Viva a civilidade.
Fonte:http://www.sulconnection.com.br/blog/guilherme-macalossi/298/desenha-se-um-golpe-jurdico-contra-jair-bolsonaro-a-esquerda-se-refestela