103 generais e almirantes presos em um total de 6000 militares de todos os postos e graduações.
Turcos no exílio declaram que acreditam que foi o próprio presidente que permitiu que a insurreição chegasse ao ápice, monitorando os participantes e aguardando a consecução para que apartidários de seu regime fossem detidos e se fizesse o que chama de “expurgo” dentro das Forças Armadas.
Sobre isso ainda, o comissário europeu responsável pelas negociações de alargamento da União Europeia sugeriu, nessa segunda, que o Governo turco já estava preparado para deter milhares de pessoas ainda antes da tentativa frustrada de golpe militar que ocorreu na sexta-feira.
Essa própria informação, certamente vazada na semana passada, pode ter feito com que militares considerados opositores de seu regime politico-islamita, por medo da prisão, deslanchassem a reação de forma precipitada.
Juízes e procuradores também foram sancionados. A associação de magistrados de Portugal chegou a emitir nota em apoio aos magistrados TURCOS: “O SMMP expressa assim todo o seu apoio público aos colegas turcos saudando-lhes a coragem e a combatividade necessárias para resistir ao desmoronamento do Estado de Direito e à ofensiva que visa intimidá-los e atentar contra a sua dignidade pessoal e institucional, apoiando-os nas formas de luta que se mostrarem necessárias”
Segundo os portugueses, 2745 magistrados turcos foram suspensos de funções depois do “golpe” e cerca de 200 magistrados foram presos ou são procurados
Imagens publicadas em jornais ingleses mostram MILITARES TURCOS que pretendiam ‘LIBERTAR o PAÍS” amarrados semi-nus.
O presidente disse ontem: “Vamos continuar a limpar o vírus de todas as instituições do Estado, porque este vírus se espalhou. Infelizmente, como um câncer, este vírus tem envolvido o estado“.
A situação é extremamente complexa pois, embora poucos da imprensa admitam, temendo ir contra o politicamente coreto e que esse tipo de solução militar se alastre pelo planeta, tudo indica que os militares insurgentes estivessem tentando realmente defender a democracia. O presidente da TURQUIA é conhecido por seu autoritarismo, ele prende jornalistas que o criticam, fecha instituições que não se submetem a suas regras etc., ou seja, é uma espécie de ditador eleito, no poder ha mais de 10 anos.
Entre as motivações dos insurgentes estava a política do presidente, desde a troca geral do ALTO COMANDO em 2011, de colocar oficiais simpáticos ao seu regime em pontos chave da estrutura militar da Turquia.
Recentemente o presidente as forças policiais do interior da subordinação que tinham aos militares, o que enfraqueceu um pouco as Forças Armadas.
Outras motivações foram o fato de ter sido obrigados pelo presidente a lutar contra compatriotas dentro do próprio país e a islamização do estado perpetrada pelo presidente-ditador.
A investida contra os CURDOS, embora tenha desagradado alguns militares, veio a
calhar e trouxe mais status para generais mais próximos do presidente e seu partido, foi o que disse há apenas 45 dias a revista Foreign Affairs – em texto de Gonul Tol – prevendo com exatidão assustadora que em pouco tempo poderia ocorrer uma
insurreição militar no país.
Onde está agora a opinião pública TURCA? Onde estão os manifestantes que se posicionaram contra a crueldade do Presidente Erdogan?
Ainda na sexta-feira, durante a tentativa de tomar o poder, um jornal turco, repetido pelo Telegrah, narrava a conversa de manifestantes: “O governo atual é tão ruim, muita gente esperava um golpe militar. Eu não sei se eu estou feliz com isso, mas não pode ser pior”, disse Murat, que aplaudiu os soldados. Outra mulher gritou, rindo: “O AKP está acabado” Uma jovem gritou: “Traidores!”
Há pouco tempo 2.5 milhões de manifestantes lotaram as ruas em manifestações anti-governo.
Pode-se agora esperar que essas pessoas voltem para as ruas manifestando-se a favor dos militares presos?
Se os militares acreditaram que a sociedade ia se posicionar em seu favor erraram.
Se os militares acreditaram que a ONU e comunidade europeia, que criticavam o governo turco, se manifestariam em seu favor, erraram também.
Embora grande parte dos turcos acuse seu presidente de ser radical, autoritário e de tentar impor um governo islâmico radical, parece que essa parcela da sociedade decidiu ficar em casa, mostrando que foi um grande equívoco dos militares que organizaram o levante crer que o povo ou qualquer outra instituição os apoiaria.
Soubemos que, logo que foi imposto o bloqueio às redes sociais, lei marcial e suspensão de liberdade de manifestações a maior parte da sociedade intensificou seu posicionamento contra os militares.
Esperamos que seu erro não lhes custe a vida.
Revista Sociedade Militar