Acusado de ser o partido líder do núcleo político do esquema de corrupção e cartel na Petrobrás, o PT tem 21 nomes incluídos na Lista de Fachin, que teve o sigilo baixado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são da coluna de Fausto Macedo, no Estradão.
A lista traz o governador do Acre, Tião Viana, três ex-ministros dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, quatro senadores e 13 deputados e ex-deputados.
Ao todo são 83 inquéritos abertos por decisão do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, no STF, com base na mega delação premiada dos 78 executivos e ex-executivos da Odebrecht. O acordo foi fechado em dezembro com a Procuradoria Geral da República (PGR), que iniciou as investigações sobre os fatos narrados pelos delatores, detalhando valores de propinas pagos aos políticos, quais eram seus codinomes do sistema de comunicação criptografado usado pela Odebrecht – o sistema Drousys e MyWebDay – no Setor de Operações Estruturadas e os interesses do grupo.
Os inquéritos tratam de envio de dinheiro vivo e para campanhas, ou para o partido, feitos pelo Setor de Operações Estruturadas, que é chamado pela Lava Jato de “departamento da propina”. Em duas delações, os executivos da área – Hilberto Mascarenhas, Fernando Migliaccio e Luiz Eduardo Soares – confessaram que todo valor que era pago por eles era dinheiro não contabilizado.
O conteúdo das revelações confirma as investigações da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, que desde 2014 aponta a existência de um mega esquema de cartel, entre as maiores empreiteiras do País – Odebrecht, OAS, Andrade de Gutierrez, Camargo Corrêa, entre outras – e partidos base de sustentação dos governos Lula e Dilma, em especial PT, PMDB e PP, para arrecadar propinas em contratos da Petrobrás. O dinheiro – mais de R$ 42 bilhões – teria sido usado para financiar as legendas e suas campanhas entre 2004 e 2014.
No Senado, estão na mira da Lava Jato os senadores Humberto Costa (PT-PE), Jorge Viana (PT-AC), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Paulo Rocha (PT-PA). Deputados com mandato investigados são: Marco Maia (PT-RS), Carlos Zaratini (PT-SP), Décio Lima (PT-SC), Nelson Pelegrini (PT-BA), Maria do Rosário (PT-RS), Vander Loubet (PT-MS), Vicente Paula da Silva, o Vicentinho (PT-SP), Vicente Cândido (PT-SP), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Zeca do PT (PT-MS) e Zeca Dirceu (PT-PR).