Tóquio e Washington iniciaram hoje manobras navais conjuntas com EUA. Coreia do Norte ameaça afundar porta-aviões "Carl Vinson"
Tóquio e Washington iniciaram hoje manobras navais conjuntas no Oceano Pacífico antes de se dirigirem nos próximos dias para águas próximas da península da Coreia num momento de alta tensão na região, anunciou hoje o Ministério da Defesa japonês.
Depois de ter zarpado na sexta-feira de Sasebo (sudoeste do Japão), os contratorpedeiros nipônicos "Ashigara" e "Samidare" juntaram-se hoje à frota de porta-aviões de propulsão nuclear norte-americano "Carl Vinson" perto do arquipélago das Filipinas.
Os navios norte-americanos e japoneses permanecerão no arquipélago das Filipinas a realizar exercícios conjuntos estratégicos e de comunicação antes de se dirigirem no final da semana para norte apara se aproximarem da península da Coreia, sublinharam fontes do ministério à televisão estatal NHK.
Washington anunciou há duas semanas que tinha ordenado transferir o porta-aviões para a península coreana, medida que se interpretou como uma advertência perante o desenvolvimento de armamento de Pyongyang, apesar de a frota ter participado primeiro nuns exercícios com a Austrália e atualmente estar a caminho da região.
O anúncio equivocado foi realizado pelo Comando do Pacífico (PACOM) e secundado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, através do Twitter, e até à passada quinta-feira a Casa Branca não explicou que se tinha tratado de um mal-entendido.
A reação da Coreia do Norte
"Se os Estado Unidos se atreverem a optar por uma ação militar, ao clamar por um 'ataque preventivo' ou por 'destruir o nosso quartel-general'", a Coreia do Norte "está pronta para reagir perante qualquer forma de guerra" por Washington, afirmou a agência estatal de notícias norte-coreana KCNA.
No jornal oficial do Partido dos Trabalhadores da Coreia, o Rodong Sinmun citado pelo Público, surgiu outra resposta: "As nossas forças revolucionárias estão preparadas militarmente para afundar o porta-aviões nuclear dos EUA com apenas um ataque".
Desde o início do mês, a tensão na península coreana tem estado a aumentar devido às alusões de Washington a um ataque preventivo contra Pyongyang e a um novo teste de mísseis realizado no passado domingo pela Coreia do Norte, que no dia anterior exibiu num desfile uns supostos novos projéteis intercontinentais.
A isto junta-se a possibilidade de que o regime de Kim Jong-Un realize um novo teste atômico nos próximos dias, depois das últimas fotografias tomadas por satélite do centro de testes nucleares de Punggye-ri (nordeste da Coreia do Norte) mostrarem alegados preparativos para realizar um teste deste tipo.
Contratorpedeiros das forças de Auto Defesa (do Exército japonês) já participaram no mês passado em manobras conjuntas com o porta-aviões "Carl Vinson" no Mar da China Oriental.
Seul também estuda participar nas manobras combinadas da frota nipônica e do referido navio de propulsão nuclear da classe Nimitz (a maior do mundo em termos militares) entre os dias 25 e 28 de abril.
As tensões na região subiram substancialmente nos últimos tempos enquanto paira a ameaça de um sexto ensaio nuclear da parte do regime de Pyongyang. O vice-Presidente norte-americano, Mike Pence está a realizar uma viagem pela Ásia, que o levou entre outros à Coreia do Sul e ao Japão e à Austrália.
"Se a Austrália persiste em seguir os passos dos Estados Unidos para isolar e sufocar a Coreia do Norte, isso seria suicidário", declarou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano citado pela agência oficial da Coreia do Norte KCNA.