A promotoria eleitoral Luiz Henrique Dalpoz denunciou nesta quinta-feira (10), o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) por crime eleitoral no âmbito da Operação Cifra Oculta. A denúncia atribui ao petista caixa dois de R$ 2,6 milhões da UTC Engenharia na campanha de 2012, que o elegeu. A promotoria acusa outros quatro na mesma denúncia: o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, Francisco Macena, responsável pela contabilidade da campanha e os empresários e donos das gráficas Francisco Carlos de Souza e Ronaldo Cândido.
A denúncia foi entregue à 1.ª Zona Eleitoral, por violação ao artigo 350 do Código Eleitoral – sanção de até cinco anos de reclusão. O promotor imputa a Haddad falsidade ideológica, conteúdo falso, na prestação de contas de 2012. “Haddad omitiu informações, bem como inseriu dados inexatos, que não correspondem à realidade”, afirma o promotor.
“Ele (ex-prefeito) deixou de contabilizar valores, bem como se utilizou de notas inidôneas para justificar despesas”.
Os valores teriam sido repassados pela empreiteira diretamente às gráficas de Francisco Carlos de Souza, ex-deputado estadual e líder sindical conhecido no PT como ‘Chico Gordo’. Ele confessou que recebeu os pagamentos, mas disse que não eram destinados à campanha do ex-prefeito, e sim a outros candidatos petistas cujos nomes não revelou à PF.
A denúncia narra que R$ 3 milhões teriam sido negociados no empresário Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, e depois repactuados para R$ 2,6 milhões. Além do empreiteiro, que é delator, o doleiro Alberto Youssef também citou as operações em depoimento.
“O ex-prefeito Fernando Haddad qualificou a denuncia oferecida pelo promotor Luiz Antônio Dalpoz como um absurdo”. Ele disse que na fase de investigação ficou mais do que provado que os pagamentos referentes a serviços gráficos não correspondiam a sua campanha eleitoral. Haddad vai se defender na Justiça.
Fonte: Isto É