Senador pelo Espírito Santo quase foi vice na chapa do PSL
Magno Malta e Jair Bolsonaro. (Foto: Walterson Rosa/Estadão Conteúdo)
Aliado de primeira hora do então candidato Jair Bolsonaro, o senador Magno Malta (PR/ES) chegou a ser cotado para vice na chapa do PSL, mas declinou. Acabou ficando em terceiro lugar na disputa em seu estado. Durante a campanha, optou por ficar ao lado do capitão no hospital em São Paulo, dedicando-se pouco à tentativa de reeleição.
Formado em teologia e com histórico reconhecido de lutas na Frente Parlamentar Evangélica, Malta continuará atuando na política nacional no ano que vem, mas dentro do Executivo. No domingo (28), o senador divulgou um vídeo em que Bolsonaro agradece a Deus por colocá-lo na sua “vida” e faz uma promessa: “Ele estará comigo sim no Palácio do Planalto. Afinal de contas, é um grande homem e um grande valor.”
Na gravação, o presidente eleito destaca que Malta não teve “sucesso” no Espírito Santo porque “mergulhou” para ajudá-lo na disputa presidencial.
Desde que o capitão voltou para casa, após ficar quase um mês no Hospital Albert Einstein recuperando-se do atentado a faca que sofreu em 6 de setembro, a figura do senador era um nome constante no condomínio na Barra da Tijuca, RJ, que se tornou o quartel-general da campanha vitoriosa.
O presidente eleito não divulgou ainda o nome de todos os quadros do primeiro escalão e existem muitas especulações sobre quem serão os novos ministros. A promessa de Bolsonaro é de um governo técnico, mas a história política de Malta o cacifaria para atuar em diversas áreas.
Oração e provocação
Até agora, Magno Malta não tem falado sobre seu futuro em Brasília, mas sua oração de agradecimento pela vitória de Bolsonaro em rede nacional de televisão reforçou sua forte imagem de conselheiro do presidente.
Horas antes, na celebração antecipada que ocorria em frente ao condomínio onde mora Bolsonaro, o senador fez diversas afirmações contundentes e provocou adversários. Garantiu por exemplo que a partir de janeiro do ano que vem o Congresso aprovará a posse de arma de fogo para o cidadão comum no país.
Também assegurou que não passarão mais no país propostas em favor da descriminalização das drogas ou do aborto. Malta reforçou que este é um país de maioria conservadora e cristã.
Apoiado pelas milhares de pessoa que acompanhavam seu discurso no trio elétrico, mandou recados aos opositores de Bolsonaro que atacam “valores de fé, de vida e da família” brasileira.
“Maria é a mãe de Cristo e nós não vamos aceitar que esses canalhas, em nome de cultura, ataquem a virgem e chamem Jesus de viado”, disparou.
Também provocou o deputado Jean Wyllys (PSOL/RJ), que deu uma cusparada em Jair Bolsonaro no dia da votação do impeachment de Dilma Rousseff, em abril de 2016.
“Estou doido para ver o Jean Wyllys cuspir no Frota”, desafiou Malta, que tinha ao seu lado o ator, eleito deputado federal pelo PSL de São Paulo.
No final, puxou uma oração onde agradeceu a Jesus por ter “nos livrado do comunismo falido e criminoso”.