Nos EUA, deputado diz que a "questão não é se, mas quando"
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) está em visita aos EUA, onde se encontrou com autoridades norte-americanas. Nesta terça-feira em Washington, confirmou que a embaixada brasileira em Israel será transferida de Tel Aviv para Jerusalém.
Pela manhã, o filho do presidente eleito Jair Bolsonaro teve uma reunião com Jared Kushner, genro de Donald Trump e conselheiro da Casa Branca, onde abordaram o assunto.
O deputado federal mais votado do Brasil minimiza as eventuais retaliações dos países árabes quando a transferência da embaixada brasileira ocorrer. “Olha, todo mundo conhece Jair Bolsonaro, ele falou bastante isso na campanha. Se isso pode interferir alguma coisa no comércio, a gente tem que ter alguma maneira de tentar suprir caso venha a ocorrer esse tipo de retaliação. E eu acredito que a política no Oriente Médio já mudou bastante também. A maioria ali é sunita. E eles veem com grande perigo o Irã. Quem sabe apoiando políticas para frear o Irã, que quer dominar aquela região, a gente não consiga um apoio desses países árabes”, afirmou, mostrando estar bem ciente da situação política no Oriente Médio.
Eduardo também esclareceu que não houve problemas com o Egito em relação a isso. A imprensa brasileira repercutiu que uma viagem do chanceler brasileiro foi cancelada como represália às declarações de Bolsonaro sobre a transferência da embaixada para Jerusalém. Havia um grupo de empresários no país, que realizaram um evento de negócio que já estava previsto há meses.
“Quem não foi para o Egito foi só o chanceler Aloysio Nunes. Todo o corpo empresarial que estava previsto para ir para o Egito foi, inclusive a pedido das autoridades egípcias. Então, eu não vejo crise nenhuma. Tanto que não cancelaram o evento, apenas adiaram a ida do chanceler (brasileiro) para o próximo ano, o que é até natural, já que o Aloysio Nunes está de saída. Então, o embaixador Ernesto Araújo, que será o próximo chanceler, provavelmente irá ao Egito e com certeza fará bons negócios lá”, assegurou o pesselista.
Além de conversar com Jared Kushner sobre Israel, foi abordada a situação humanitária da Venezuela. É consenso que é necessária uma integração maior na ação do Brasil e dos EUA. “A questão da fome, da falta de medicina, de um governo que por vezes não aceita receber ajuda humanitária, e é isso que a gente tem que mudar. Tem que pensar no próximo como se fosse conosco. Quem sabe amanhã, o Brasil, em algumas décadas, estará em uma situação ruim e nossos vizinhos virando as costas para nós?” questionou Eduardo.